Por volta de 13h, o dólar no mercado à vista avançava 2,49%, cotado a R$ 2,750 na compra e R$ 2,752 na venda, sendo que ele já atingiu máxima de R$ 2,755. A valorização está compensando a queda nos preços dos contratos futuros na bolsa de Chicago. Os contratos para março da soja registravam queda de 10 cents por buschel, cotado a US$ 10,35, enquanto o milho baixava 2 cents por buschel, a US$ 4,06.
A moeda está sendo puxada pelo cenário internacional de aversão a riscos, iniciado pela decisão do banco central da Rússia de elevar a taxa básica de juros em 6,5 pontos percentuais (pp) nessa madrugada, para 17%, para conter a desvalorização do rublo. A situação desencadeou especulações sobre as moedas de países emergentes, incluindo o dólar.
Também influencia o dólar a desvalorização do barril do petróleo, que recuam mais de 3% em Nova York, e notícias de que a demanda interna chinesa registrou em dezembro a primeira contração desde abril.
O mercado acompanha com a atenção a participação do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, na sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, em busca de sinais sobre como a autoridade monetária atuará diante deste cenário.
Ontem, o dólar fechou o dia em alta de 1,26%, fazendo a soja fechar a R$ 66,50 a saca de 60 quilos no porto de Paranaguá. De acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado, a última referência de negócios estava em R$ 62,00. No Porto de Rio Grande, soja ficou próxima de R$ 70,00.
Em Primavera do Leste, em Mato Grosso, produtores também se animaram e fecharam negócios entre R$ 56,00 e R$ 57,00 por saca da safra nova, para entrega em janeiro. A colheita da soja no Estado deve começar a partir do dia 15 de janeiro.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste, José Nardes, a situação do dólar é positiva aos agricultores, encerrando as preocupações vistas na época das eleições. “Apareceu aquele bom futuro para a soja, com renda ao produtor”, disse.