Economia

Dólar atinge máxima de R$ 4,20 de olho em Davos e em vírus na China

Analistas destacam o receio de investidores a respeito do surto de um vírus na China que já matou seis pessoas; além disso, mercado monitora o discurso do ministro Paulo Guedes no Fórum Econômico Mundial

O dólar comercial opera a manhã desta terça-feira, 21, pressionado frente ao real desde a abertura dos negócios, acima de R$ 4,20, em meio ao sentimento de aversão ao risco que toma dos mercados. Os investidores estão atentos ao Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, e ao surto de um vírus que se espalha na China, às vésperas de um feriado prolongado por lá.  

Às 10h02 de Brasília, a moeda norte-americana operava em alta de 0,28% no mercado à vista, cotada R$ 4,202 para venda, depois de chegar à máxima de R$ 4,209 (+0,45%), enquanto o contrato para fevereiro subia 0,19%, a R$ 4,203.

Em meio a recente escalada do dólar, o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, avalia que a busca por proteção (“hedge”) local se intensifica até os sinais globais de desvalorização mais intensa do dólar se tornarem mais abundantes. “O que não deve acontecer até, ao menos, meados deste ano”, comenta. 

Nesta terça, o ministro da Economia, Paulo Guedes, discursa em Davos, no qual o mercado local pondera que ele terá a missão de ‘vender o Brasil’ para investidores estrangeiros. “O estrangeiro tem o Brasil como alvo desde a aprovação da reforma da Previdência”, diz Vieira. 

Analistas da corretora Commcor destacam o receio de investidores em meio às notícias a respeito do surto de um vírus na China que já levou seis pessoas a óbito no país e atingiu outras centenas de pessoas. A grande preocupação é que na sexta-feira, 24, começa o ano novo chinês, no qual milhões de pessoas viajam pelo país.  

“Mercados adotam cautela tendo em vista potenciais impactos nas atividades, com o agravante do feriado no fim da semana e, consequentemente, o risco elevado de contaminação”, comentam os analistas da corretora.  

Eles acrescentam que é importante ‘ter em mente’ a gravidade que a situação na Ásia pode impor em escala global caso ‘as autoridades falhem’ em controlar a situação.