O dólar comercial renovou novas máximas durante o pregão e atingiu na tarde desta quarta-feira, 4, R$ 4,574, maior valor da história. Diante disso, o Banco Central anunciou que fará na quinta, 5, a operação de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólares no mercado futuro – de até US$ 1 bilhão. Às 14h23 de Brasília, a moeda estrangeira operava em alta de 0,93%, cotada a R$ 4,555 para venda, enquanto o contrato para abril subia 0,83%, a R$ 4,562.
Para o economista da Guide Investimentos, Victor Beyrutti, a melhor ação do BC para conter a alta da moeda estrangeira seria não cortar juros, ao invés de realizar operações como de swap cambial tradicional que estão sendo feitas desde o mês passado.
O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, ressalta que após a nota do Banco Central, emitindo as preocupações com o avanço do coronavírus, investidores entenderam que a autoridade monetária pode ser mais agressiva no corte de juros. “Coisa de 0,50 ponto percentual [indo a 4%]”, comenta.
Segundo ele, a aceleração nos ganhos também se deve ao resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 no qual mostrou crescimento de 1,1%, desacelerando-se dos resultados de 1,3% em 2017 e em 2018. Apesar de vir dentro do esperado, o PIB mostrou a fraqueza da economia no ano passado e traz a leitura de continuidade de crescimento lento.
“O primeiro trimestre deverá ser horroroso para a economia brasileira, principalmente, depois do coronavírus”, diz Rugik. Ele reforça a saída violenta de investimento estrangeiro do país, tanto do mercado de ações como de fundos. Dados da B3 mostraram que em fevereiro, o saldo estrangeiro ficou negativo em US$ 20,971 bilhões, renovando o recorde histórico de saída de não residentes na bolsa pelo segundo mês seguido.