Economia

Dólar atinge R$ 5,35 com alta de 2% após sinais de novos cortes na Selic

O mercado também segue acompanhando a desvalorização das moedas de países emergentes em meio ao receio no exterior com o aumento dos casos do novo coronavírus

notas de dólar espalhadas em círculo
Foto: Pixabay

O dólar comercial segue em alta frente ao real, perto de 2%, acompanhando a desvalorização das moedas de países emergentes em meio ao receio no exterior com o aumento dos casos do novo coronavírus na China e nos Estados Unidos, alimentando o temor de uma segunda onda de contaminação.

Aqui, a cautela prevalece após o Comitê de Política Monetária (Copom) cortar a taxa básica de juros (Selic) pela oitava vez, além de sinalizar que poderá promover um novo corte na próxima reunião, em agosto.

Às 15h01 (de Brasília), a moeda estrangeira operava em alta de 1,82%, cotada a R$ 5,3540 para venda, enquanto o contrato para julho avançava 2,35%, a R$ 5,3570.

O estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua, destaca que após o corte de 0,75 ponto percentual (pp) da taxa Selic – no menor piso histórico de 2,25% – “na ponta do lápis”, o BC levou o juro real do país para negativo pela primeira vez desde o início do Plano Real. Pela primeira vez também, a autoridade monetária “resolveu correr o risco” de manter os juros referenciais abaixo da taxa de inflação prevista para os próximos 12 meses.

“E o Copom pode não parar por aí. Nas entrelinhas do comunicado, é possível ler que o Comitê não descarta a possibilidade de um pequeno corte adicional de 0,25 ponto percentual, mandando a Selic para 2% ao ano”, comenta.

O consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, acrescenta que os mercados atravessam o segundo trimestre em busca de respostas em relação a recuperação econômica global, em meio às incertezas que o
momento impõe e avaliam os fatores de risco.