Dólar baixo tira R$ 760 milhões por ano da citricultura

Cálculo é de um estudo apresentado nesta quarta durante um seminário sobre o setor em São PauloA desvalorização do dólar fez com a citricultura deixar de ganhar R$ 760 milhões por ano desde 2006. O cálculo é de um estudo apresentado nesta quarta, dia 20, durante um seminário sobre o setor, em São Paulo. Para indústria e produtores, a cadeia citrícola ainda vai ter preços em alta na próxima safra. A instalação do Consecitrus, conselho que reúne produtores e indústria, também foi assunto do encontro.

O evento discutiu os principais desafios e problemas do setor no Brasil. A queda do dólar é hoje uma das maiores dificuldades. Considerando as exportações de 2006 a 2009, se a taxa de câmbio fosse R$ 2,32, o setor teria faturado R$ 760 milhões a mais por ano, o que representaria R$ 2,30 a mais por caixa processada nos últimos anos. Os números estão em um estudo inédito sobre a cadeia da laranja brasileira, apresentado durante o seminário. O diretor corporativo da Cutrale, uma das maiores processadoras de suco do país, Carlos Viacava, reconhece que o dólar baixo não foi bom para a indústria.

O Brasil é o maior exportador mundial de suco de laranja. Vende para o exterior 98% do que produz e responde por 85% do mercado. Este ano o faturamento pode chegar a R$ 2 bilhões, muito por causa do preço, que se manteve em alta neste ano. A oferta de suco foi menor. O responsável pelo estudo sobre a cadeia produtiva acredita que a tendência é de que os valores continuem subindo.

A instalação do chamado Consecitrus também foi discutida no seminário. Os representantes da cadeia produtiva devem oficializar no próximo dia 25 o estatuto da instituição. A expectativa de produtores e indústria é de, finalmente, chegar a um consenso.