O dólar comercial tem viés de alta frente ao real nesta sexta-feira. A moeda tem essa reação mesmo após a realização de mais um leilão do Banco Central de venda de dólares no mercado futuro – swap cambial tradicional – no qual foram injetados US$ 2 bilhões. Durante a operação, a moeda renovou a máxima histórica durante o pregão, acima de R$ 4,67. Às 9h55 de Brasília, a moeda norte-americana operava em alta de 0,17% no mercado à vista, cotada a R$ 4,664 para venda, após chegar à R$ 4,672.
Apesar de o Banco Central atuar mais uma vez no mercado, em uma tentativa de controlar essa disparada do dólar, para a equipe da Commcor, continua o debate que apenas uma atuação mais forte e continuada pode tornar a moeda menos frágil.
O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, ressalta que os temores de o coronavírus atrapalhar a economia global continuam, com vários países ao redor do mundo estendendo os períodos de quarentena e restrições de viagens e fronteiras, além de empresas reportando o aumento de home office e dispensas temporárias.
“Estamos longe de conseguir mensurar quaisquer efeitos mais concretos em termos econômicos e pior, o contexto de tensão do mercado alimenta tal perspectiva negativa, em especial àqueles ligados à economia real”, comenta.
No exterior, o mercado de ações acumula mais uma sessão de fortes perdas, enquanto os títulos de dívidas do governo norte-americano (treasuries) derretem em mais uma sessão.
“A corrida por proteção continua ao redor do mundo, com investidores trocando ativos de risco por ouro e títulos de dívida de países desenvolvidos”, avalia a equipe econômica da Guide Investimentos.