Economia

Dólar: depois de atingir R$ 4,79, moeda segue em alta, a R$ 4,74

A derrocada do petróleo afeta fortemente todos os ativos, com os índices das bolsas brasileira e dos EUA suspendendo as negociações por caírem mais do que o permitido

dólar
Foto: Pixabay

Em dia caótico no mercado global, o dólar segue com forte alta em relação ao real e oscila entre os níveis de R$ 4,74 e R$ 4,76 após renovar a máxima histórica durante o pregão, perto de R$ 4,80, logo após a abertura dos negócios. Às 11h35 de Brasília, a moeda norte-americana à vista tinha alta de 2,41%, negociado a R$ 4,746 para venda, enquanto o contrato para abril subia 2,55%, a R$ 4,753.

A derrocada do preço do petróleo afeta fortemente todos os ativos, com os índices das bolsas brasileira e dos Estados Unidos suspendendo as negociações por caírem mais do que o permitido, acionando o chamado ‘circuit breaker’. “O movimento do dia não tinha como ser diferente refletindo o tombo do petróleo e de outros ativos lá fora”, comenta a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.

Antecipando um dia de forte estresse, o Banco Central alterou o valor ofertado no leilão de venda de dólares no mercado à vista de US$ 1 bilhão anunciados na sexta-feira, 6, para US$ 3 bilhões. O volume total foi aceito em operação realizada logo após a abertura dos negócios, quando a moeda norte-americana iniciou o pregão perto de R$ 4,76, valor R$ 0,12 mais alto do que de fechamento na sexta-feira, de R$ 4,634.

“Apesar da intervenção mais agressiva do Banco Central, é difícil contornar o cenário de estresse quando é global”, acrescenta a economista. Com o leilão somado às declarações do diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra, a moeda teve um pequeno alívio pontual, no qual chegou a renovar mínimas a R$ 4,721.

Segundo o diretor da autoridade monetária, a escolha do instrumento de intervenção no mercado de câmbio depende das ‘condições de mercado e da forma como se apresenta eventual disfuncionalidade a cada momento’. Serra ressaltou que o BC dispõe de swaps cambiais, linhas de liquidez e operações definitivas em dólar como instrumentos de intervenção no mercado.

“Desde o início das preocupações com a propagação do coronavírus, o real mostrou tendência de depreciação acelerada, semelhante a períodos de crise aguda. O BC então, diagnosticou as condições necessárias para atuação. As intervenções têm sido pontuais, respondendo a eventos e disfuncionalidades específicas, mas podem durar o tempo que for necessário para o retorno do regular funcionamento do mercado de câmbio”, disse o diretor em evento em São Paulo.