Dólar favorece a comercialização da soja em Goiás

Produtores do estado avançam nas vendas antecipadas, para escapar das oscilações do dólar e do mercado internacional

Manaíra Lacerda | Uruaçu (GO)

Com a saca de soja vendida a mais de R$ 66,00, os produtores goianos já comercializaram cerca de 40% da safra. O número é da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faeg), mas especialistas apontam que esse percentual poderia ser ainda maior se não fosse a crise econômica.

Mesmo assim o agricultor aproveitou o bom momento, já que o número de vendas antecipadas em 2014 era de 30%. O consultor técnico da Faeg Cristiano Palavro explica que, com o dólar alto, a quantia comercializada poderia ser ainda maior, mas o cenário político e econômico do país faz com que o produtor coloque o pé no freio.

– São preços muito bons, quando a gente olha para o mercado internacional. A única coisa que está dando sustentação é o valor do dólar, o que é muito incerto porque está atrelado à condições políticas e econômicas, o que torna isso muito mais incerto – explica Palavro.

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A área de mil hectares que o produtor Antônio José de Araújo vai usar para plantar soja no próximo mês ainda está vazia, mas o produtor já comercializou 50% da produção. Ele conta que preferiu vender a soja logo, mesmo com uma perspectiva de alta no dólar para o próximos meses porque não quer correr risco. O preço travado por ele foi de R$ 63,00 a saca, atualmente ela está a R$ 66,00/sc.

– Se a gente levar em consideração Chicago, eu poderia esperar, mas quem é que me garante que eu terei este resultado? Como eu travei 50%, se Chicago continuar a subir com o dólar neste patamar, eu vou vender tudo – projeta o agricultor.

O caso dele não é raro em Uruaçu, no norte goiano. Segundo o presidente do Sindicato Rural da cidade, Weder Ribeiro, mais de 45% da produção local já foi vendida antecipadamente.

– Adubo, veneno, tá tudo muito alto, e o produtor fica inseguro e travou para ver se sobra. Eu acho que tá na hora de fechar e vender – comenta.

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