O dólar opera em alta desde a abertura dos negócios desta quarta-feira, 1º, em meio a forte aversão ao risco que prevalece no exterior. A expectativa é de que a pandemia provocada pelo novo coronavírus segue impondo restrições pesadas à atividade econômica, reforçando a leitura de que fica cada vez mais para frente uma retomada da
economia global.
Às 11h58 de Brasília, a moeda norte-americana operava em alta de 0,73% no mercado à vista, cotada a R$ 5,276 para venda. A máxima do dia chegou a R$ 5,252
“Abril começa com o ‘pé esquerdo’ para os principais ativos de risco, que seguem pressionados por previsões e realidades cada vez mais preocupantes no âmbito dos impactos globais do surto do novo coronavírus”, comenta a
equipe econômica do H.Commcor.
A agenda de indicadores está robusta com os dados de atividade da indústria em várias economias, já refletindo os efeitos do avanço do coronavírus na Europa e nos Estados Unidos. Na China, o índice dos gerentes de compras (PMI) sobre a atividade industrial subiu para 50,1 pontos em março, após recorde de baixa de 40,3 pontos em fevereiro, de acordo com dados divulgados pelo instituto IHS Markit em parceria com o grupo de mídia Caixin. Para o analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi, sinaliza que a economia já está se recuperando no país asiático.
No Brasil, a produção industrial contrariou a expectativa de queda e subiu 0,5% em fevereiro na comparação com janeiro, enquanto retraiu na zona do euro no mês passado.
Outro dado divulgado foi do mercado de trabalho norte-americano, no qual foram fechadas 27 mil vagas no setor privado, excluindo o setor rural, no mês passado, segundo o relatório publicado pela Automatic Data Processing (ADP). Analistas esperavam o fechamento de 150 mil vagas.
Para analistas da Capital Economics, as pesquisas mensais ainda não capturam os efeitos do coronavírus e o isolamento social nos Estados Unidos, no qual o presidente Donald Trump, prorrogou para o fim de abril.