O dólar comercial acelerou as perdas frente ao real e opera nas mínimas desde o fim de março em busca dos R$ 5
seguindo o otimismo que toma conta dos mercados de países emergentes, enquanto a moeda estrangeira perde terreno. Dados de atividade melhores do que o esperado e o mercado doméstico mais positivo, em meio à emissão de títulos na moeda estrangeira, animam investidores.
Para o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, é também a “recente percepção” de aceleração da economia mundial. “E segue com tendência de queda. O dólar a R$ 5,00 sempre foi exagero mesmo em cenário de pandemia [do novo coronavírus]”, comenta.
O trader de mesa de câmbio da Travelex, Pedro Molizani, acrescenta que o otimismo também se sobrepõe as preocupações como a onda de protestos antirracistas nos Estados Unidos. Enquanto indicadores da Europa como os
índices dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da região, da Alemanha e do Reino Unido superaram as expectativas dos analistas e “ajudam a apoiar” o bom humor no mercado europeu. “Assim como a taxa de desemprego na zona do euro abaixo da previsão em abril”, diz.
Mais cedo, o Tesouro Nacional anunciou que o governo federal fará uma emissão de títulos de dívida com vencimento em 2025 e em 2030 com a proposta de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, além de dar referência para a precificação de dívidas corporativas na moeda
norte-americana e antecipar o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira. Os títulos estão sendo emitidos no mercado global e o resultado será divulgado no fim do dia.
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, apesar de a emissão ser antecipação de um vencimento, “é fluxo e resulta em valorização do real”.
Às 12h30 (de Brasília), o dólar à vista tinha forte queda de 3,41%, negociado a R$ 5,0350 para venda, depois de operar nas mínimas de R$ 5,020 (-3,70%) e máxima de R$ 5,2160 (+0,06%). O contrato para julho recuava 3,42%, a
R$ 5,0360.