Dólar recua reagindo à eleição no Congresso e exterior positivo

O dólar comercial opera em queda frente ao real desde a abertura dos negócios, chegando a operar abaixo de R$ 5,40

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O dólar comercial opera em queda frente ao real desde a abertura dos negócios, chegando a operar abaixo de R$ 5,40, com investidores reagindo à eleição dos candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro na eleição do Congresso.

Nesta segunda-feira, 1º, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foram eleitos, respectivamente, presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. Lá fora, o viés é de busca por risco, com as divisas de países emergentes ganhando terreno ante o dólar. A moeda norte-americana operava em queda de 0,77% no mercado à vista, cotada a R$ 5,4060 para venda.

Lira obteve 302 votos, bem mais do que os 257 necessários para não levar o pleito para o segundo turno. No Senado, Pacheco levou o pleito com 51 votos. O analista da Capital Markets, Alexandre Almeida, reforça que os novos presidentes têm o apoio do Planalto.

Para os analistas, o mercado está otimista com a possibilidade de aprovação das reformas, que não foram “levadas a cabo” nos primeiros dois anos do governo Bolsonaro.

“Os mais céticos, porém, acreditam que os R$ 3 bilhões desembolsados pelo Executivo e as promessas de cargos para garantir a eleição de Lira no Congresso inviabilizarão ou desidratarão essas medidas”, avalia Almeida, acrescentando que entre as propostas que devem partir do executivo para negociação no Congresso estão a reforma administrativa, a autonomia do Banco Central (BC) e os novos marcos legais de concessões.

Ainda sobre a eleição do novo comando do Congresso, a equipe econômica da corretora Commcor comenta que o mercado quer calibrar apostas no âmbito das reformas. “Tema de maior relevância já há alguns anos e que tanto embute prêmio em nossos ativos, especialmente no dólar. Espera-se para hoje, um encontro entre os recém-eleitos, de modo que, qualquer notícia ou fala desses promete reações instantâneas no mercado local”, pondera.

Lá fora, o movimento positivo iniciado ontem tem continuidade em meio à expectativa em torno da aprovação do pacote de estímulo fiscal norte-americano, que traz alívio à aversão ao risco. Os analistas do Bradesco reforçam que, ontem, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reuniu com parlamentares do Partido Republicano para discutir a magnitude da nova rodada de estímulos fiscais.

“Contudo, os ganhos são limitados pela cautela dos investidores com o avanço da pandemia [do novo coronavírus], o que tem levado ao retorno de restrições de mobilidade em vários países”, reforçam.