O dólar comercial opera em alta frente ao real desde a abertura dos negócios desta sexta-feira, 28, renovando mais uma máxima histórica durante o pregão, perto de R$ 4,51, mesmo após a intervenção do Banco Central (BC) com mais uma operação de swap cambial tradicional. O temor com o coronavírus prevalece em meio ao avanço da doença por países fora da Ásia. Ao longo da manhã, a volatilidade deverá ser presente antes da formação de preço da taxa Ptax de fim de mês.
Às 9h58 de Brasília, a moeda norte-americana operava em alta de 0,17% no mercado à vista, cotada a R$ 4,485 para venda, depois de renovar máxima histórica intraday a R$ 4,508. O contrato para março oscila em queda de 0,17%, a R$ 4,4810.
Nesta manhã, o Banco Central realizou pelo terceiro dia seguido a operação de venda de dólares no mercado à vista, o swap cambial tradicional, para suprir a demanda por “hedge” (proteção), comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik. Serão realizados, ainda, dois leilões de linha com a oferta de US$ 30 bilhões.
“Independentemente das atuações do BC, o viés de apreciação do dólar deverá ter sequência. A moeda estrangeira avança frente às divisas emergentes”, destaca. Ele acrescenta que a formação de Ptax – média das cotações apuradas pelo Banco Central – de fim de mês deverá ajudar a precificação da moeda, porém, a volatilidade “costumeira” é esperada na tradicional disputada entre comprados e vendidos.
Para a equipe econômica da Commcor, chama a atenção do mercado o fato de a autoridade monetária anunciar novas intervenções em dia de formação de Ptax, a qual promete intensa disputa no mercado. “É plausível considerar, na eventualidade de movimentos altistas em descompasso ao externo, novas atuações do BC”, avaliam os analistas da corretora.
Lá fora, o movimento segue de forte aversão ao risco com o mercado asiático exibindo perdas, em meio ao enxugamento do risco com o avanço do coronavírus e as incertezas com os impactos econômicos que deverá provocar no primeiro trimestre do ano. “Caso a semana encerre nesses níveis, teremos experienciado a pior semana do mercado acionário desde 2008, quando teve a crise do subprime, com manchetes apontando perdas de aproximados US$ 5 trilhões em valor de mercado globalmente”, comenta a equipe da Commcor.