O dólar comercial nesta sexta-feira, 8, tem alta frente ao real desde a abertura dos negócios, no patamar de R$ 4,13. Os investidores digerem a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o entendimento de prisão em segunda instância. No exterior, o mercado analisa melhores os dados da balança comercial da China e novos ruídos em relação a guerra comercial entre o país asiático e os Estados Unidos. Às 10h41 de Brasília, a moeda norte-americana operava em alta de 1,07% no mercado à vista, cotada a R$ 4,138 para venda.
Por seis votos favoráveis e cinco contrários, o STF entendeu como constitucional que o início do cumprimento da pena de prisão só pode acontecer quando houver trânsito em julgado, ou seja, quando não houver mais recursos cabíveis ao réu. A decisão pode resultar na liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que provoca receio entre os investidores.
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“Ainda não se sabe quais serão as repercussões políticas dessa decisão. Mas a moeda reage à decisão do STF e ao exterior”, comenta o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa.
O economista-chefe da Infinity, Jason Vieira, destaca que o resultado da votação no STF reflete em insegurança jurídica e institucional, além de o fato afastar ainda mais o investidor estrangeiro. Já o economista-chefe da Necton, André Perfeito, acredita que, no curto prazo, o mercado tende a ignorar a liberdade do ex-presidente, caso ocorra.
“Muito mais grave será se for aprovada a suspeição do ministro [da Justiça] Sérgio Moro, o que poderia ser um ataque direto à Operação Lava Jato”, avalia.
No cenário externo, os investidores fazem a leitura da balança comercial da China com dados melhores do que o esperado. As exportações caíram 0,9% em outubro em base anual, enquanto era esperada queda de 3,1%. Em setembro, as exportações recuaram 3,2%. Já as importações oscilaram em baixa de 6,4% na mesma base de comparação, ante expectativa de queda de 8,6%. Em setembro, o indicador registrou queda de 8,5%.
Porém, o foco recai na guerra comercial em que, segundo agências de notícias, o governo norte-americano não teria aceitado a ideia de remoção das tarifas já aplicadas caso os países assinem parte do acordo comercial, chamado de fase um. Para os analistas da H.Commcor, segue o sentimento de ‘pé-atrás’ com a calmaria recente sobre o assunto.