O dólar comercial já abriu em forte alta, voltando a negociar acima dos R$ 5,00, se ajustando ao movimento de forte
aversão ao risco visto ontem no exterior, quando a B3 ficou fechada e investidores passaram a temer uma segunda onda do novo coronavírus, após um aumento de casos principalmente em alguns estados norte-americanos. Nesta sexta-feira, 12, porém, a moeda norte-americana já se recupera frente a outras divisas, com o pregão podendo ser de volatilidade por aqui.
Às 10h00 (de Brasília), o dólar operava em alta de 2,22% no mercado à vista, cotado a R$ 5,049 para venda, enquanto o contrato para julho subia 1,30%, a R$ 5,0460.
“Poderemos ter um movimento de compensação pela forte alta de ontem [quinta, 11], com os participantes deste mercado partindo para um movimento de recomposição de posições defensivas. A única certeza que fica é de que a ‘rainha volatilidade’ deve voltar a exibir forte presença no nosso mercado de câmbio”, disse o diretor superintendente de câmbio da Correparti Corretora, Jefferson Luiz Rugik, em relatório.
Os analistas da Commcor Corretora destacam que o aumento de casos de covid-19, que pressionou o dólar nesta quinta e “trouxe questionamentos sobre a viabilidade da reabertura em alguns estados norte-americanos”.
“Esse receio – com foco no ritmo da atividade – está alinhado às sinalizações de cautela do Presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na última quarta-feira, quando, mesmo que com
tom dovish, deixou “no ar” o sentimento de que a realidade norte-americana não aponta para onde o mercado apontava até segunda-feira [um processo seguro e rápido de reabertura]”, afirmaram.
Já no Brasil, investidores acompanham a cena política e a aproximação do presidente Jair Bolsonaro do chamado “centrão”. Os analistas da Guide Investimentos destacam que a recriação do Ministério da Comunicação e a
distribuição da pasta ao deputado Fábio Faria (PSD-RN) foi mais um sinal desse movimento.