O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, acredita que, mesmo com a seca e altas temperaturas, é muito cedo para saber os verdadeiros impactos na próxima safra.
“Como usualmente, esta época do ano é marcado pela intensificação de especulações a respeito da safra de café do Brasil, com agentes internacionais supervalorizando a estimativa e, internamente, líderes emergindo com discursos e cálculos cabalísticos, equivocadamente pensando que trarão alguma influência ao mercado”, diz.
- Café: mercado ainda não percebeu cenário caótico das lavouras, diz Procafé
- Café: após atingir menor patamar desde julho, preços voltam a registrar alta
De acordo com Brasileiro, a multiplicidade de informações só tende a atrapalhar o setor, principalmente o produtor, que é o elo mais sensível da cadeia produtiva e pode ser influenciado, deixando de realizar negócios em momentos interessantes e rentáveis do mercado.
“É importante que os produtores se atentem a números oficiais e críveis e quem apresenta esses dados da produção são as reais entidades representantes de classe, como o CNC e a Comissão Nacional do Café da CNA, além dos nossos órgãos parceiros estaduais e, principalmente, a Conab”, explica.
Sem o tempo hábil para analisar todo o impacto causado pela seca sobre as lavouras de todo o país, o presidente da CNC argumenta “precisamos, também, ver qual será o comportamento do clima até janeiro, pois esse é um fato decisivo para observarmos recuperação ou a depauperação de fato de lavouras que foram muito afetadas”.
“Diante dessa necessidade de tempo para apurar os reais impactos da estiagem e do calor, atendendo a um pleito do CNC, a Conab confirmou que só apresentará seu primeiro levantamento à safra 2021 de café do Brasil na segunda quinzena de janeiro, após a avaliação que considerará os impactos climáticos até o fechamento de 2020”, completa.