? A região tem deficiência de infraestrutura para o escoamento de grãos, principalmente a soja, e o Rio Tocantins surge como uma solução ? destaca a coordenadora de Infraestrutura Rural e Logística do Ministério da Agricultura, Maria Auxiliadora Domingues de Souza.
Para ela, o potencial de transporte hidroviário na área pode chegar a 18 milhões de toneladas com outras alternativas em andamento, como a construção da Ferrovia Norte-Sul, da eclusa de Lageado (Tocantins) e a execução do projeto da eclusa de Estreito, na divisa de Tocantins com Mato Grosso.
De acordo com a coordenadora do Mapa, Tucuruí conta com duas eclusas. Uma fica no corpo da barragem e a outra a cinco quilômetros. As eclusas, com investimento total de R$ 1,6 bilhão, foram dimensionadas para a movimentação de embarcações com cargas de grandes volumes, como os graneis agrícolas.
? Trata-se do primeiro passo para melhorar a navegabilidade do rio, solucionando parte do gargalo logístico para o escoamento da crescente produção da região ? ressalta.
No primeiro semestre de 2011, as eclusas estarão operando e os produtores poderão utilizar a Hidrovia do Tocantins, com redução de 15% no valor do frete. Com a conclusão das eclusas de Estreito e Lageado, o trecho navegável do rio Tocantins será de 1,5 mil km.
? As obras permitirão o aumento da produção de grãos (soja e milho) em diversos municípios mato-grossenses com áreas de pastagem, o que representará mais um grande passo a favor do agronegócio brasileiro ? disse a coordenadora.
No futuro, os rios Tocantins e Araguaia, como via de transporte fluvial, ligarão os portos de Belém às regiões produtoras do Alto Araguaia, em Mato Grosso, que ficam a dois mil quilômetros.
? O complexo hidroviário Araguaia-Tocantins será determinante para a exploração, em larga escala, dos recursos minerais e agropecuários das regiões Centro-oeste e Norte do Brasil ? destaca Maria Auxiliadora.
As eclusas de Tucuruí são o primeiro passo para consolidar esse projeto e permitirão o tráfego de comboios com capacidade de carga de até 20 mil toneladas, com destino aos portos de Vila do Conde e Outeiro, nas proximidades de Belém (PA), localização estratégica em relação aos mercados norte-americano, europeu e do extremo oriente.
O Brasil possui a maior extensão de rios do mundo: 58 mil quilômetros. Por restrições operacionais e de navegabilidade, são utilizados apenas 8,5 mil quilômetros de hidrovias interiores. Os principais rios navegáveis do país são Madeira, Paranaíba-Tietê-Paraná, Araguaia-Tocantins, Parnaíba, São Francisco, Paraguai-Paraná e Teles Pires-Tapajós. Porém, apenas o Madeira e o Paranaíba-Tietê-Paraná são utilizados para o transporte de produtos provenientes do agronegócio.