? A taxa marginal de crescimento de 2,1% do PIB do terceiro trimestre que, anualizada, corresponde a 8,7%, não deve se repetir no quarto trimestre ? prevê o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges.
Ele explica que o PIB do terceiro trimestre foi “inflado” pelo ajuste dos estoques. Após a brusca freada na produção industrial no fim de 2008, os empresários da indústria não acreditavam numa recuperação tão rápida e cortaram a oferta. Passaram dois trimestres enxugando estoques. Mas, a partir do segundo trimestre deste ano, a economia começou a reagir. No terceiro trimestre, explica Borges, a produção foi fortemente acelerada para recompor os estoques que eram, em alguns setores, insuficientes para e atender à demanda.
? Houve problemas de abastecimento nos eletrodomésticos da linha branca e nos carros, ambos setores que tiveram corte de impostos para incentivar as vendas ? lembra.
Fábio Silveira, sócio da RC Consultores, também projeta uma desaceleração de crescimento do PIB da ordem de 9% anualizado no terceiro trimestre para algo em torno de 6% neste trimestre. Silveira atribui esse movimento à recomposição dos estoques que foram queimados no primeiro semestre.
Maurício Molon, economista-chefe do Banco Santander, acrescenta outro fator que está contribuindo para a diminuição do ritmo de crescimento do PIB neste trimestre: o aumento das importações, favorecidas pelo dólar baixo:
? O setor externo vai roubar o crescimento da economia ? avalia Molon.