O mercado de grãos no Brasil e no mundo foi um dos temas debatidos. Marcelo Portugal, o primeiro a falar, destacou o crescimento da agricultura nacional e sua influência no crescimento econômico do país.
– Quem puxou o PIB foi a agropecuária. Se a indústria continuar a andar para trás, teremos um crescimento baixo do PIB. O que está fazendo a diferença é a agricultura.
O comportamento do mercado de grãos nos próximos meses no Brasil e no mundo foi o tema abordado por Alexandre Barros. Segundo ele, o mercado está acreditando que, com a colheita das safras da China, Leste Europeu e Estados Unidos, vai haver uma queda nos preços dos grãos. Ele alerta, no entanto, que o atraso no plantio de milho e de soja norte-americano, causado pela chuva, pode mudar esse cenário.
– O mercado acredita que, quando essas safras forem colhidas, teremos uma sucessão de três safras muito grandes, e em novembro, haveria uma baixa de preços muito grandes. Mas, no milho, por exemplo, mesmo que a quebra seja pequena, já há a retirada de grande quantidade de grãos do mercado internacional, e essa quebra pode manter os níveis dos preços.
Sobre o preço dos insumos, Barros prevê que eles devem se manter estáveis nos próximos meses.
– Não vejo grandes mudanças de preços até o final do ano. O mercado brasileiro de abudo está muito aquecido. A relação de troca está muito favorável.
Outro tema abordado no seminário foi a logística. O diretor-superintendente do Porto de Rio Grande, Dirceu Lopes, pontuou os principais problemas que os produtores brasileiros estão enfrentando para escoar a safra de grãos. Para ele, os portos não servem para estocar os grãos, mas sim para transportar, e o governo precisa investir em financiamentos para ajudar o produtor a armazenar.
– Porto não é para estocagem, porto é pra rodar. É preciso trabalhar com financiamentos para que possamos estocar nas propriedades.
Para Lopes, as estradas, muitas vezes de chão batido, também são um problema grave de logística, já que afetam o custo agregado final, que pesa no processo de lucro do produtor.
– A ferrovia não vai até a propriedade do produtor. Ele precisa transportar a carga também pela rodovia. E hoje, nós somos dependentes das rodovias. Hoje, os portos, que muitas vezes são os grandes vilões, também dependem do processo rodoviário para escoar a produção.
O 28º Seminário Cooplantio discute até quarta, dia 5, o tema Inovação no Agronegócio para Produzir Mais e Melhor. Confira a programação completa.