A situação deve começar a mudar quando for reduzido o movimento especulativo sobre as principais commodities e quando a economia dos Estados Unidos se fortalecer.
– Uma coisa está ligada à outra. A economia americana está praticamente parada. Os fundos de investimento saem das aplicações lá e procuram outros lugares para ganhar dinheiro e encontraram as commodities.
De acordo com o boetim Focus, divulgado pelo Banco Central, nesta segunda-feira, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) fechará o ano em 6,08%. As previsões da Austin Ratings são mais altas e, segundo Carneiro, ultrapassam a casa dos 7%, estourando o teto da meta estipulada pelo governo.
O economista-chefe explicou que, além dos alimentos, a preocupação é com os chamados preços administrados, como tarifas de água e energia elétrica.
– Os aumentos de juros que vieram e os que devem vir não vão conter a inflação ? disse Nelson Carneiro.
Ainda segundo o economista-chefe da Austin Ratings, o equilíbrio das contas do país, com o superávit no balanço de pagamentos externos, está vinculado ao mercado financeiro. O problema, na avaliação dele, é que o mercado movimenta recursos como quer. O que ajuda o Brasil neste momento, para Nelson Carneiro, é o alto volume de reservas em capital estrangeiro, calculado em cerca de US$ 200 bilhões.
– Se houver uma reviravolta no mercado financeiro, se outros ativos no exterior ficarem mais atrativos, o Brasil tem condições de bancar essa saída com reservas.
Biocombustíveis
Nelson Carneiro classificou os protestos de multinacionais européias contra os biocombustíveis como o primeiro de uma série de problemas a serem enfrentados pelo Brasil. Na opinião do economista-chefe da Austin Ratings, os produtores do país devem adotar medidas para ter argumentos e responder aos críticos.
– Trabalhem para garantir certificados de qualidade e origem para os produtos para evitar protestos, para que não haja desculpa para blocos de países desenvolvidos criticarem ou até impedirem o uso de biocombustíveis.