– Os preços dos imóveis americanos continuam caindo e as perdas do setor de crédito imobiliário vão continuar crescendo. Isso levanta muita desconfiança sobre muitas instituições financeiras ? disse ele.
Já sobre os preços das principais commodities no mercado internacional, Tomas Málaga disse considerar difícil atribuir as recentes altas de preços apenas à ação de especuladores. Para ele, a atual situação é conseqüência, primordialmente, do aumento da demanda mundial por alimentos.
– No caso do petróleo, como a gente vê que todas as economias crescendo e usando muito combustível fóssil para transporte também causa essa crescente pressão nos mercado de commodities.
Tomas Málaga afirmou que o cenário pode começar a mudar a partir de decisões recentes de bancos centrais de várias partes do mundo, como elevações de taxas de juros, atuando mais no controle da demanda do que, propriamente, no controle de preços.
– As taxas de juros, baixas dos períodos anteriores, provocaram um crescimento generalizado da demanda ? avaliou Málaga.
O economista se mostrou favorável á ação do Banco Central do Brasil, que, nas últimas reuniões de seu Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic. Segundo Tomas Málaga, em um cenário de incertezas na economia, o mais recomendável é aumentar a taxa aos poucos.
Ele explicou que, desta forma, a instituição age em duas frentes importantes: evitar que as pressões inflacionárias sobre as commodities sejam transferidas para outros setores e provocar, de forma gradual, uma redução da demanda interna. Ainda de acordo com Tomas Málaga, mesmo que tenha efeito sobre a taxa de câmbio, o aumento dos juros restringe o acesso ao crédito.