Economistas preveem ano melhor para o sojicultor, mas com desafios

O ano começou com cotações da soja acima dos valores do ano anterior, mesmo com a previsão de safra maior. Mas com a desvalorização do dólar, rentabilidade do produtor pode ficar estável

Carolina Guedes, de São Paulo
A reta final das safras na América do Sul será determinante para a formação de preços da soja e do milho no mercado brasileiro neste começo de 2017. Segundo economistas tanto as taxas de juros, quanto o dólar devem ficar menores. Já a rentabilidade do agricultor não deve mudar muito, permanecendo estável.

Os votos que o ano novo será melhor que o anterior, devem se concretizar, pelo menos é o apontam algumas consultorias. Apesar disso, o cenário ainda não é tão favorável para o Brasil, que deve crescer apenas 0,5%, oito vezes menos se comparado a outros países do mundo.

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Para o economista Roberto Troster um ponto a ser comentado o primeiro ponto positivo é o viés de queda estimado para o dólar, na faixa de R$ 3,20 atualmente. “Deve cair para a casa dos R$ 3,10 ou menos. Mesmo em queda, o dólar deve continuar com alta volatilidade”, conta ele. “Especificamente no setor agrícola, existe um viés de alta nas commodities no resto do mundo. No Brasil, em reais, possivelmente o produtor agrícola continuará recebendo a mesma quantidade pelas suas vendas.”

No mercado de grãos, os olhos estão voltados para o desenvolvimento das safras da América do Sul. Como as perspectivas climáticas são positivas, os preços vão depender da demanda mundial. “No caso do preço da soja, se comparar com o mesmo período do ano passado, a cotação está acima este ano, mesmo com perspectiva de safra maior. Ano passado girou em torno de US$ 8,80 por bushel, hoje está acima de US$ 10 por bushel. Para se manter acima destes US$ 10, é preciso ter uma demanda muito forte, como está. Mas o tamanho da safra brasileira pode pesar sobre esses preços”, diz Glauco Monte, diretor de commodities da consultoria INTL FCStone.

No caso do milho não será diferente. Com potencial para produzir em torno de 90 milhões de toneladas e a chance de menor exportação em 2017, o Brasil pode voltar a registrar preços mais baixos para o grão.”A média sempre foi em torno de R$ 25, na BM&FBovespa. Hoje está acima de R$ 30. Esse ano foi atípico, confirmando a safra, acho que poderia ter certa pressão, mas vai ter poucas vendas do produtor”, diz Monte.

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