Segundo a pesquisadora Paula Peirão, “não faltam recursos para uma economia de baixo carbono”. Mas, ressaltou que as instituições financeiras ainda não têm instrumentos para avaliar o modo como o dinheiro é aplicado.
? O grande desafio é comprovar a adicionalidade socioambiental.
Os bancos públicos têm atualmente, de acordo com o relatório, “papel principal” no mercado de crédito brasileiro, “sendo o Banco do Brasil o líder do sistema nacional”. Essas instituições controlam, segundo o estudo, 40% das operações de crédito. Enquanto os três maiores bancos privados – Itaú-Unibanco, Bradesco e Santander – são responsáveis por 34% desse mercado, levando em consideração o período entre junho de 2009 e o mesmo mês de 2010. O cálculo exclui o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O estudo também destaca as condições privilegiadas de crédito das instituições, mas também “a oportunidade de parcerias público-privadas para a catalisação de investimentos”. O Banco do Brasil, por exemplo, é citado por oferecer linhas específicas para projetos de baixo carbono, como o BB Florestal que cresceu 42% em 2009, liberando R$ 598 milhões.
Mais importante, no entanto, que os empréstimos específicos, Paula Peirão aponta a adoção de critérios para que a concessão de crédito faça parte de uma estratégia para o fomento da economia sustentável.
? É importante que haja cooperação entre as instituições (financeiras) públicas e o governo para que se possa trabalhar uma agenda em comum. As instituições têm de estar de acordo com o que está sendo proposto de políticas públicas ? disse.
Outro ponto que precisa ser melhor trabalhado, na opinião da pesquisadora da FGV, é a questão da adaptação às mudanças climáticas. Segundo ela, atualmente o foco são os projetos que reduzam as emissões de carbono na atmosfera. Mas Paula Peirão lembra que também é importante financiar as iniciativas para preparar a agricultura e as zonas costeiras aos resultados das mudanças no clima.