? Em muitos Estados, não vai haver segundo turno para governador, assim como não teremos em nenhum mais eleições para senador, deputado federal e deputado estadual, que são agentes mobilizadores. Não há um motor mobilizador do eleitorado para o dia da eleição ? avaliou em entrevista nesta quarta, dia 6, no programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
De acordo com ele, a proximidade do dia da votação ? domingo, dia 31 ? com o feriado de Finados, que será na terça seguinte, dia 2 de novembro, também pode desmotivar o comparecimento dos eleitores.
? A data escolhida é absolutamente inoportuna ? criticou ao dizer que o novo turno das eleições está marcado entre “datas que as pessoas querem aproveitar para o seu lazer e viagem”.
Para o cientista político, as abstenções revelam o “desencanto” dos eleitores.
? Não é imotivado isso, basta lembrar os episódios a que nós assistimos, quer em nível regional, quer em nível federal ? disse.
Na opinião do acadêmico, “isso é um chamamento aos partidos, às lideranças, e à própria estrutura democrática que com tanta dificuldade se conquistou no país”. Apesar das críticas, o professor defendeu o comparecimento de todos eleitores na votação.
? A população precisa participar. Não é porque o voto é obrigatório, mas porque é a oportunidade do exercício da cidadania. Neste momento, o poder está na mão de quem detém o voto ? avaliou.
Hermes Zaneti também reconheceu a importância das eleições em dois turnos.
? São apenas dois candidatos. Aí há realmente o confronto de propostas, o que no caso específico destas eleições nós não tivemos ? lembrou.
No primeiro turno das eleições, 24,6 milhões de pessoas deixaram de votar, o que corresponde a 18,12% dos eleitores.