O Brasil deve produzir 124,5 milhões de toneladas de soja na safra 2019/2020, segundo o levantamento da consultoria Safras e Mercado, alta de 4,4% ante as 119,3 milhões de toneladas da temporada anterior. No levantamento de janeiro, a consultoria acreditava que o país pudesse colher 123,5 milhões de toneladas. Segundo o analista Luiz Fernando Gutierrez esse aumento se deve a ajustes finos, positivos, nas produtividades médias esperadas para alguns estados produtores da região Centro-Oeste.
A área a ser colhida na temporada atual é de 37 milhões de hectares, 1,8% maior que as 36,3 milhões de hectares da safra passada.
“No Rio Grande do Sul e na Bahia, o retorno da umidade registrado em janeiro foi positiva para parte das lavouras que sofreram com a estiagem no final de 2019 e início de 2020, trazendo certa recuperação para as plantas e impedindo o avanço das perdas. O Brasil está consolidando a colheita de uma nova safra recorde”, diz Gutierrez.
Por estado
Mato Grosso segue como maior produtor do grão do país, com a expectativa de colher 33,8 milhões de toneladas, 4,6% a mais que os 32,3 milhões de toneladas da temporada passada. No levantamento de janeiro a consultoria esperava que o estado pudesse colher 33,2 milhões de toneladas.
O Paraná deve, de fato, retomar o posto de 2º maior produtor nacional de soja, com a expectativa de colher 19,9 milhões de toneladas de soja na safra 2019/2020, quase 18% a mais que as 16,8 milhões de toneladas.
O Rio Grande do Sul, com a quebra esperada por conta da seca, perderá a 2ª colocação para o Paraná, já que a produção agora ficará 18,2 milhões de toneladas, -10,9% ante os 20,4 milhões de toneladas colhidas na safra 2018/2019.
Centro-Oeste puxa alta
A região Centro-Oeste está puxando a alta na produção brasileira, segundo o analista da Safras. Do levantamento anterior para este, foram quase 1 milhão de toneladas a mais incrementadas na perspectiva, quase tudo vindo da região central.
“Foram feitos apenas ajustes finos positivos nas produtividades médias esperadas para alguns estados produtores da região Centro-Oeste, além de um pequeno ajuste positivo no tamanho da área semeada no principal estado produtor do país”, afirma Gutierrez.
Agora a região deve produzir 56,6 milhões de toneladas, ante as 53,6 da safra anterior e as 55,7 milhões de toneladas do levantamento de janeiro.
“A evolução da colheita, embora em um ritmo mais lento que a média normal para a época do ano, começou a revelar produtividades acima do esperado em Mato Grosso e em Goiás. O excesso de chuvas registrado em alguns estados da faixa central do país, em janeiro, não chegou a afetar de forma relevante a maior parte das lavouras, embora alguns grãos estejam registrando uma umidade excessiva”, finaliza.