Weber destacou a presença maciça dos delegados que representaram as 23 regionais sindicais da Fetag. Estiveram na mesa o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), Hilário Gottselig, a secretária do Meio Ambiente, Jussara Cony, o deputado federal Aldo Rebelo, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), Francisco Turra, o deputado federal Vicente Selistre e o deputado estadual Heitor Schuch.
Durante toda a manhã desta terça, a Comissão Eleitoral esteve na sala de reuniões, aguardando o momento de entrar em cena. Novecentos e vinte e oito delegados inscreveram-se para votar e, destes, cerca de 800 compareceram. O presidente Weber disse que a presença de parlamentares e representantes do governo valoriza o trabalho da Federação. Sobre os próximos quatro anos, ele antecipa que serão de continuidade, mantendo as conquistas e promovendo mudanças de estrutura e ação, a partir das necessidades da categoria, sejam elas de renda, sucessão rural, permanência no campo, clima, legislação ambiental, entre outras.
Representando o governo do Estado, o vice-governador Beto Grill saudou a parceria com a Fetag e defendeu a retomada do crescimento do Rio Grande através da base produtiva instalada. Grill recordou que a agricultura familiar gera emprego e distribui renda e que o governo vai investir em qualificações e capacitações, oferecer condições de tecnologia e financiamentos diferenciados para manter os agricultores no campo. Ele destacou que esse é um trabalho conjunto das entidades do setor e dos governos, uma parceria complexa para trazer resultados efetivos.
Conforme o presidente da Contag, Alberto Broch, a Fetag continua escrevendo a sua história, democratizando mecanismos internos, com o ápice no Congresso Eleitoral. Ele destacou os debates nos sindicatos e regionais e a formação de uma chapa de consenso, contemplando vertentes e visões diferentes do movimento sindical. E diz que a Contag ratifica esse processo e testemunha a importância da união entre a entidade e as federações.
Francisco Turra, da Abef, falou sobre o futuro da avicultura, lamentando a crise da Doux-Frangosul. Disse que, em 2010, o Brasil produziu 24 milhões de toneladas de frango, o que o coloca como o terceiro produtor no ranking mundial e o primeiro na lista dos exportadores; quanto à carne bovina, o Brasil ocupa o segundo lugar na produção e o primeiro na exportação. Sobre mercado, Turra afirmou que, em dez anos, a demanda por alimentos aumentará 20%.
O deputado federal Aldo Rebelo arrancou aplausos da plateia em duas ocasiões: quando disse que a realidade mostra os agricultores como criminosos e quando ironizou sobre a legalidade de diversos setores do Brasil, com exceção da agricultura. Rebelo acredita que a continuidade da agricultura familiar tem a ver com as raízes do povo brasileiro e suas tradições. Ele teme que a legislação vigente inviabilize o setor e provoque um êxodo rural muito grande e que as pequenas propriedades tornem-se reserva legal das grandes ou chácaras de final de semana para a classe média urbana.
O deputado defendeu a alteração do Código Florestal e disse que o governo tem se dobrado às ONGS financiadas por grupos europeus. Acredita que a preservação do meio ambiente deve ser partilhada por todos os segmentos da sociedade.
Para o economista Tarcísio Minetto, que falou sobre o mercado de grãos, a tendência mundial é de aquecimento durante 2011. Ele alerta que, apesar disso, é importante que o agricultor acompanhe com muita atenção as informações sobre as oscilações de preços e de demandas. Minetto destacou, ainda, preocupação com os países emergentes – China, Rússia – e ainda falou sobre o risco do Hemisfério Norte aumentar as áreas de produção. Ele encerrou sua apresentação alertando que o mercado de insumos pode aumentar os preços e que, caso se confirme, haverá elevação do custo de produção dos produtos agrícolas. Com informações da Fetag.