OLEAGINOSA EM FOCO

Em São Paulo, soja rende mais do que café e suco em exportação

Estado reconhecido pela produção de café, cana-de-açúcar e suco de laranja vê a soja ganhando espaço na balança comercial

O agronegócio no estado de São Paulo registrou, nos sete primeiros meses de 2023, um aumento de 5,4% nas exportações em comparação a igual período do ano anterior. Assim, alcançou US$ 15,15 bilhões e US$ 3 bilhões nas importações, incremento de 2,7%. O complexo soja contribuiu significativamente para esses números.

O saldo da balança comercial paulista do setor foi positivo em US$ 12,15 bilhões, 6% superior em relação a 2022. As informações são do Instituto de Economia Agrícola, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

Desta forma, nos sete primeiros meses de 2023, os seis principais grupos exportados pelo agronegócio paulista foram:

  • Complexo sucroalcooleiro: US$ 4,85 bilhões, sendo que desse total, o açúcar representou 87%;
  • Complexo soja: US$ 2,76 bilhões, tendo em grão 85,6% de participação;
  • Carnes: US$ 1,74 bilhão, no qual a bovina respondeu por 80,6%;
  • Produtos florestais: US$ 1,58 bilhão, com participações de 51,5% de celulose e 40,6% de papel;
  • Sucos: US$ 1,11 bilhão, dos quais 97,2% referentes a de laranja.
  • Café: US$ 562,83 milhões

Esses agrupamentos representaram juntos 79,5% das vendas externas setoriais no estado. Analisando os números, é possível perceber que os grupos do café e do suco, tradicionais commodities paulistas, somados não superam os resultados obtidos pelo complexo soja (grão, farelo e óleo).

Preço da soja impediu alta maior

soja
Foto: Daniel Popov/ Canal Rural

No fechamento da pesquisa até julho, foi observada variação nas exportações com aumento dos grupos sucroalcooleiro (24,6%), de sucos (14,2%) e florestais (2,5%).

Nesse período, houve queda em carnes (-23,6%), café (-10,7%) e complexo soja (-3,9%). Essas oscilações ocorreram por conta de preços como de volumes exportados.

Países importadores

O grupo sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação (32%) nas exportações do agro paulista, subindo 24,6% em valores e 4,5% em volumes negociados.

Em termos de participação em valores, os destinos dos produtos desse setor são bem diversificados:

  • Nigéria (7,6%);
  • Marrocos (6,6%);
  • Bangladesh e Argélia (6,2%, cada um);
  • China (6,1%);
  • União Europeia (6%);
  • Índia e Arábia Saudita (5,6%, cada um)
  • Coreia do Sul (5,3%);
  • Demais países (44,8%).

Já o complexo soja vem em segundo lugar, com crescimento de 7,6% nos embarques e queda em valores (-3,9%), comparados ao mesmo período de 2022. Os maiores importadores são:

  • China: 68,1%
  • Tailândia: 5,8%
  • Irã: 5%
  • Indonésia e Argentina: 3,6%, cada um;
  • Demais importadores: 13,9%

Nesta última safra, o estado de São Paulo cultivou soja em 1.296,9 milhão de hectares, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Estima-se que a produção tenha sido de 4.911,4 milhões de toneladas, com produtividade média de 3.787 kg/hectare (63,1 sacas).