Hoje, 14 agricultores deste segmento já exportam limões certificados, mas a tendência é este número de produtores aumentar. A Emater-MG está fazendo o cadastramento de novos fruticultores familiares interessados em certificar seus produtos, para fazer frente a uma exigência cada vez mais comum nos mercados e garantir alimentos seguros e sustentáveis.
A certificação, de acordo Idelmar Pereira da Silva, extensionista da Emater-MG, significa garantia de qualidade do produto, procedência e rastreabilidade desde a origem de produção.
? Isso facilita a inserção dos produtos da agricultura no comércio internacional ? assegura.
Pereira explica que, com a certificação, os produtores conquistam a possibilidade de vender a produção diretamente para o exterior, sem a intermediação de atacadistas.
? Esse processo aumenta a renda obtida com a venda das frutas, mas está exigindo também adaptações nas propriedades e na produção.
? Para conseguir a certificação o agricultor precisa implantar melhorias como construção de banheiros; sala de estoque de defensivos, fertilizantes e embalagens, além do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), construção de fossas sépticas, lavatórios de equipamentos e tratamento da água utilizada na limpeza do maquinário e outras melhorias exigidas pela empresa certificadora ? completa.
Para o produtor e presidente da Central de Associações de Produtos do Projeto Jaíba (Centrajai), Joaquim Rodrigues, a certificação traz vários benefícios ao agricultor, entre eles a diminuição das despesas com a produção.
? A certificação é uma necessidade do mercado, que está cada vez mais competitivo. Assim, para entrar nele é preciso ter um produto de qualidade e com poucos custos para o produtor. Sem a certificação seria mais difícil entrarmos no mercado internacional. A certificação é um marco sólido tanto para o mercado interno quanto para o externo ? garante.
Há quatro anos Rodrigues produz limão e manga na região, sendo um dos primeiros produtores a ser contemplado com a certificação. Já o extensionsta Idelmar afirma que a mudança ainda está ocorrendo e os trabalhos com a certificação estão apenas no começo.
? Este é só mais um passo no processo. Nossas expectativas são de que cada vez mais os agricultores possam exportar bem e com produtos diversificados ? conclui.
Para o gerente da unidade Emater-MG do Jaíba, Ivan Alves de Souza, a exportação de frutas “é quase sempre” um excelente negócio.
? Desde que o câmbio seja favorável ? pondera.
Alves explica que, por meio do apoio e assessoramento técnico aos agricultores familiares e respectivas organizações, a Emater-MG contribui para a construção e adaptação de tecnologias de produção ambientalmente corretas, estimulando a produção de alimentos sadios e de melhor qualidade biológica.
? A empresa contribui para a melhoria de renda, por meio da diversificação da produção e segurança alimentar, promovendo o desenvolvimento regional e a geração de novos empregos ? diz.
? Nossa proposta é expandir a comercialização da produção através da certificação dos produtos do Jaíba, principalmente frutas, para conquistarmos novos mercados internos e externos ? enfatiza.
A unidade da Emater-MG no Jaíba mantém no município uma equipe de 27 profissionais que prestam atendimento a 1.800 famílias de pequenos agricultores. A empresa, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), atua no projeto em parceria com o IMA, Epamig e entidades como a Centraljai, Embrapa Fruticultura, Exportaminas, Senar, Ceasaminas, Codevasf, Prefeitura de Jaíba e Abanorte.