Segundo a Emtater, até então, inóculos das vespas eram comprados de biofábricas de Minas Gerais e São Paulo, chegando com atraso para o controle de pragas, como no caso da helicoverpa e falsa medideira, que causaram prejuízos na última safra, limitando iniciativas de MIP.
A infraestrutura e produção do Tricrogramma ficarão a cargo da Emater/RS, que destinou cerca de 10 empregados da instituição para o trabalho nas instalações adaptadas no Centro de Treinamento em Montenegro. A orientação técnica será da Embrapa Milho e Sorgo, com sede em Sete Lagoas, em Minas Gerais. Para a distribuição das vespas aos produtores, a tecnologia vai contar com a parceria de sindicatos, associações, secretarias de agricultura e demais entidades do setor. A meta é estender o MIP a 10% da área de milho no Estado na próxima safra.
– Quando se trabalha com material biológico vivo, tem um tempo para chegar ao campo e um momento certo para a aplicação. Então a implantação de uma biofábrica aqui no Estado vai facilitar isso – diz o diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus.
Ele destacou ainda que a biofábrica também terá um caráter didático pedagógico para mostrar que é possível, com baixo custo e um processo simplificado, produzir agentes biológicos. De acordo com o diretor técnico, a intenção é massificar as biofábricas em várias regiões do Estado, para facilitar o acesso, a aquisição e aplicação pelos produtores.
Para o presidente da Emater/RS, Lino De David, essa parceria entre as instituições cumpre uma função pública, que é colocar a informação e a tecnologia a serviço dos agricultores.
– O Rio Grande do Sul é campeão brasileiro no uso de agrotóxicos. A biofábrica faz parte de uma estratégia para produzir alimentos com maior qualidade e com menor uso de agrotóxicos. Isto é investir na sustentabilidade do sistema produtivo a longo prazo – disse.
O Chefe-Geral da Embrapa Milho e Sorgo de Minas Gerais, Antônio Álvaro Corsetti Purcino, esta é uma iniciativa pioneira na aproximação entre pesquisa e extensão para gerar soluções diretas ao produtor.
– É necessário socializar essa experiência para todo Brasil. Temos que mostrar para a sociedade brasileira esse novo paradigma no manejo integrado de pragas, no uso de controle biológico. É um orgulho para nós da Embrapa participar disso e assistir a resultados entusiasmantes – destacou Purcino.