No sítio Santa Rita, em Mogi das Cruzes (SP), pai, mãe e filho estão envolvidos no processo de embalagem do caqui guiombo. A fruta, por ser muito perecível e ter o tempo de prateleira curto, precisa de cuidados especiais para evitar o desperdício.
? A empresa fornece a embalagem e vem muitas embalagens sujas, então a gente é obrigado a lavar e higienizar bem para poder embalar direitinho ? disse o produtor rural Mamoru Suzuki.
? É preciso escolher bem os frutos, aqueles menos danificados e manchados. Também o tamanho, que é essencial na hora de embalar, senão não encaixa perfeitamente e o mercado não aceita frutos desiguais, tem que estar com tamanho uniforme e cores bem igual ? continuou o produtor Fábio Suzuki.
A família de Mamoru é responsável por parte do processo. A embalagem protege as frutas de possíveis danos durante o transporte. Porém, é o sistema logístico que vai determinar se a qualidade do produto vai permanecer até chegar ao consumidor. Da saída da propriedade até o cliente, estima-se que haja uma perda de 30% da produção agrícola.
? O produtor fez um esforço imenso de comprar uma caixa de melhor qualidade, construir uma marca, ter um produto de boa qualidade. Isso custa dinheiro, exige muita tecnologia e capricho. Quando chega ao supermercado, o repositor despeja o produto na gôndola. Ele faz um processo de destruição do produto, porque está ferindo o produto ? defende a chefe do Centro de Qualidade em Horticultura da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Anita Gutierrez.
Nesta semana, em São Paulo, a Ceagesp realiza uma feira para discutir logística. Por conta da crise econômica, as tradicionais empresas de embalagem não participaram da feira este ano. Em compensação, as montadoras trouxeram novidades.
Para evitar perdas no transporte dos hortifrutigranjeiros, o ideal seria que o país tivesse mais caminhões refrigerados. O Brasil tem uma frota de 1,7 milhão de caminhões, e apenas 30 mil deles são refrigerados.
? O volume de comercialização de hortifrutícola ele é muito grande e muito representativo dentro do segmento do agronegócio. Então, no final isso acaba sobrando para o consumidor que acaba pagando mais caro. Um país que a gente tem uma deficiência muito grande de pessoas e jogando produtos hortifrutícola no lixo por uma questão de logística de distribuição ? completou Silva.