– Se isso demorar, o mercado vai ficar nervoso novamente – disse o consultor Jávier Buján, presidente da Kimei Cereais e do Centro de Corretores da Bolsa de Cereais de Buenos Aires.
Os lotes de trigo demoraram para ser despachados ao Brasil porque o governo esperava uma avaliação mais clara da colheita, estimada em 9,2 milhões de toneladas. Além disso, o câmbio atrapalhou o processo: o dólar disparou ontem a 7,12 pesos pela cotação oficial, e, nesta quinta, dia 23, está em 8,30. Na sexta passada, o câmbio oficial havia terminado em 6,83 pesos. Os exportadores são obrigados a vender no mercado doméstico de câmbio as divisas pelo câmbio oficial.
Além do volume prometido pelo ministro, os produtores e exportadores de trigo querem que o governo autorize uma cota adicional de 1,2 milhão de toneladas a 1,7 milhão de toneladas. Eles alegam que se nas estimativas do Ministério de Agricultura a safra 2013/14 chegou a 9,2 milhões de toneladas, a demanda doméstica é de entre 6 milhões a 6,5 milhões de toneladas.
Haveria um saldo para exportar de 2,7 milhões de toneladas a 3,2 milhões de toneladas. O volume poderia ser ainda maior se o cálculo fosse feito pelas estimativas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, conforme a qual a colheita teria chegado a 10,1 milhões. O volume colocaria à disposição dos exportadores um total de 3,6 milhões de tonelada a 4,1 milhões de toneladas para embarcar.