Cultivar chegará ao mercado em agosto e vai permitir a rotação de herbicidas no cultivo da soja
Luciano Teixeira | Florianópolis (SC)
Durante o VII Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja), a Embrapa apresentou nesta terça, dia 23, detalhes da cultivar com resistência a um novo grupo de herbicida, o que permitirá melhor controle da buva e do capim amargoso. A semente Cultivance, que foi liberada para comércio com a União Europeia, deve chegar ao mercado em agosto deste ano.
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Problema bastante comum nas lavouras de soja, as plantas daninhas resistentes ao herbicida glifosato podem estar com os dias contados. O projeto. coordenado pela Embrapa junto com a multinacional BASF, criou a primeira soja transgênica do país capaz de controlar a buva e o amargoso, as invasoras mais problemáticas para a cultura.
A Cultivance terá resistência aos herbicidas do grupo das imidazolinonas. Segundo o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Soja, Alexandre Cattelan, a cultivar será uma das maiores novidades do mercado para 2015.
– Nós vemos que é uma alternativa técnica para a rotação de herbicidas, porque hoje a soja transgênica que nós usamos no Brasil é adaptada para o mesmo tipo de herbicida [glifosato]. Com isso, acabou surgindo plantas invasoras resistentes. Agora será possível rotacionar esses produtos, ter um manejo mais eficiente, principalmente daquelas que são de difícil controle. Isso é interessante para a tecnologia já existente e a que está entrando agora, porque amplia o tempo de validade dessas tecnologias – explica Cattelan.
O desafio da biotecnologia é o mesmo quando o assunto é a soja: mais produtividade por hectare e resistência às pragas e doenças. Por conta disso, o trabalho é dividido em dois espaços bem definidos: o campo – onde dá para ver o desenvolvimento da planto e o comportamento frente às diferentes variações do clima e doenças. Do outro, os laboratórios.
– Desde que você consiga combater as doenças com maior eficiência, eu acho que a produtividade sempre vai aumentar com o mínimo de esforço. Lógico que a parte de melhoramento é muito importante, mas o combate de doenças ou como as plantas vão lidar com as mudanças climáticas sempre levará algum avanço na produtividade – comenta o professor da Universidade do Colorado (EUA) e especialista em biotecnologia de grãos, Maurício Antunes.
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