O pasto, usado para alimentar os animais, está se transformando em matéria prima para a produção de etanol. O capim elefante, como o napier, é apenas uma das variedades testadas.
? No futuro, um produtor que tem uma área de pasto pode decidir se ele vai utilizar aquele pasto pra produzir carne ou se vai produzir etanol. É mais uma possibilidade de diversificação para o produtor rural e mais uma fonte de renda ? relata o pesquisador da Embrapa, Marcelo Ayres Carvalho.
Diferente do etanol extraído do caldo da cana, o pesquisador explica que o novo combustível é retirado da celulose das plantas.
? A gente tem possibilidades e espécies para produzir do Rio Grande do Sul ao norte do país, com bastante diversidade e dando opção para o produtor.
O capim que chega ao laboratório é seco, triturado e transformado em biomassa. E é a partir desse material que os pesquisadores estão desenvolvendo o etanol de segunda geração.
O combustível é o mesmo já disponível no mercado. A diferença está na fabricação. Para se chegar à celulose, é preciso transformar quimicamente a matéria prima, que pode ser capim, árvores, como o eucalipto, e até o bagaço da cana. Por precisar de mais etapas, a novidade ainda é mais cara que o etanol tradicional.
? Digamos o custo do etanol em São Paulo está em R$ 1,50 e lá em alguns lugares chega a R$ 4, o litro. Mesmo que a gente produza um etanol de biomassa, de segunda geração, com um processo mais longo e mais caro, vai ser mais barato que o de São Paulo na região norte ? explica a pesquisadora da Embrapa, Cristina Machado.
Além de se tornar mais barato para quem depende da produção de outros Estados, pode ser uma alternativa de desenvolvimento regional.
? Ele vai ser produzido lá, além de todos os outros benefícios, você vai gerar renda nessa outra região. É muito interessante para o consumidor e pro produtor também ? conclui Cristina.