Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Embrapa e Basf desenvolverão novos produtos biológicos para cana e soja

Bactérias ajudam a fixar nitrogênio no solo e se destinam ao manejo do fungo causador da ferrugem asiáticaA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a companhia química alemã Basf anunciaram nessa sexta, dia 17, em São Paulo, uma parceria para desenvolver novos produtos biológicos para as culturas de cana-de-açúcar e soja. Um deles envolve uma bactéria destinada ao manejo do fungo causador da ferrugem da soja, uma das piores doenças a atingir a cultura no país. O segundo abrange outra bactéria que ajuda a cana a fixar o nitrogênio no solo, o que reduziria a aplicação de fertilizantes

De acordo com Eduardo Leduc, vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos para a América Latina da Basf, a importância de ambas as culturas para a pauta das exportações agrícolas brasileiras determinou a escolha dos dois projetos iniciais da parceria, que terá duração de cinco anos, mas que poderá ser renovada depois desse período.

A parceria, contudo, é mais ampla e envolve pesquisa e desenvolvimento nas áreas de biotecnologia, melhoramento genético, fertilidade, mecanização de solos, proteção de plantas e fisiologia vegetal.

De acordo com Filipe Geraldo Teixeira, chefe da Assessoria de Inovação Tecnológica da Embrapa, será criado um comitê gestor para levantar as demandas de pesquisa e desenvolvimento nas quais ambas as empresas vão trabalhar. Leduc, da Basf, não revelou quanto a companhia vai aplicar na iniciativa.

? Os investimentos estão sendo levantados e serão feitos conforme os projetos se desenvolverem ? disse.

No caso da pesquisa que ajudará a cana a fixar nitrogênio no solo, a pesquisadora responsável pelo projeto, Verônica Reis, da Embrapa Agrobiologia, revelou que o produto deverá estar disponível no prazo de 18 meses a dois anos. Quanto ao porcentual de fixação, ela explicou que o potencial depende da variedade da cana e da região de plantio. 

Com relação ao controle biológico da ferrugem da soja, Teixeira, da Embrapa, explicou que existem duas moléculas que atualmente são base dos fungicidas usados no controle da doença, mas uma delas está perdendo a eficiência.

? A ideia é que tenhamos uma terceira classe de produto que ajude a combater a ferrugem ? afirmou o pesquisador.

Embora existam pesquisas sobre semente de soja resistente à ferrugem, inclusive na Embrapa, ele disse que a estratégia mais rápida no momento é o controle biológico.

Ambas as empresas desenvolvem produtos em conjunto desde 1996, quando iniciaram as pesquisas do sistema de produção Cultivance, que envolve uma semente de soja transgênica tolerante a herbicidas que não sejam o Roundup Ready (RR). O sistema estará disponível no mercado brasileiro na safra 2012/2013. Neste projeto, a Basf investiu US$ 20 milhões, segundo Leduc. Embrapa e Basf esperam que a semente torne-se uma alternativa para rotação entre sementes de soja, já que 80% das variedades cultivadas pelos brasileiros são tolerantes ao herbicida RR.

De acordo com dados apresentados pela Basf, a companhia investiu 393 milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento voltada para o setor agrícola em 2010, o que representou 26% do total do grupo. Outros 10% foram investimento em biotecnologia.

Royalties

A parceria com empresas tem ajudado a Embrapa a desenvolver novas tecnologias aplicáveis no campo e também a gerar receita a partir dessas iniciativas. De acordo com Filipe Teixeira, chefe da Assessoria de Inovação Tecnológica da estatal, cerca de R$ 16 milhões são arrecadados de royalties (valor cobrado pelo proprietário de uma patente de produto) ao ano, o que equivale a 0,8% do orçamento da empresa, que em 2011 é de R$ 1,8 bilhão.

? A relação entre arrecadação de royalties e orçamento está próxima ao de instituições de pesquisa norte-americanas ? observou.

Quando levadas em consideração outras receitas geradas por parcerias, este nível sobe para 1,8%. A Embrapa arrecada 80% dos royalties recebidos dentro de um universo de 156 instituições de pesquisa brasileiras, de acordo com o Ministério de Ciência e Tecnologia. Os royalties são divididos entre a Embrapa e as empresas parceiras.

Sair da versão mobile