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Agronegócio

Embrapa cria novo bioinseticida sustentável e eficaz contra lagartas

Segundo a empresa, o produto é voltado ao manejo da lagarta-do-cartucho e da falsa-medideira, em lavouras de soja, milho e algodão

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a empresa Ballagro Agro Tecnologia, desenvolveu um novo bioinseticida, batizado de acera. O produto é indicado para o controle da lagarta-do-cartucho (spodoptera frugiperda) e a falsa-medideira (chrysodeixis includens), especialmente no cultivo da soja, do milho e do algodão.

lagarta-falsa-medideira
Foto: Sebastião José de Araújo/Embrapa

O novo bioproduto é composto por uma mistura inédita de dois isolados da bactéria bacillus thuringiensis (Bt). A bactéria é responsável pela produção de uma proteína com propriedades tóxicas específicas para insetos e que são inofensivas para humanos e outros vertebrados.

O modo de atuação é simples: o inseticida microbiológico deve ser pulverizado sobre as folhas, e, ao comê-las, as lagartas são afetadas pela ação dessas proteínas.

‘Bioinseticida é mais sustentável’

A Embrapa destaca que o acera não é nocivo para o meio ambiente, diferente de pesticidas químicos. “A grande vantagem desse produto biológico à base de Bt é que ele não afeta o meio ambiente, não intoxica aplicadores, não mata os inimigos naturais das pragas e não polui rios e nascentes, contribuindo para a sustentabilidade”, destaca o pesquisador da Embrapa Fernando Hercos Valicente, desenvolvedor e responsável pela tecnologia na Empresa.

O cientista ainda relata que a cada ano observa-se um aumento na resistência das principais pragas, mas o uso de dois isolados da bactéria Bt dificulta o aumento de resistência das lagartas aos princípios ativos.

Lagarta Spodoptera Frugiperda. Foto: Artur Torres

Além disso, o produto não afeta os inimigos naturais das lagartas. “Os bioinseticidas também contribuem para a sustentabilidade dos cultivos. Pela sua especificidade biológica, atacam somente os insetos-alvo, promovem maior equilíbrio da biodiversidade em comparação aos químicos, favorecendo a manutenção de inimigos naturais no campo”, diz Valicente.

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