Ao contrário das duas últimas safras, em 2009, não houve atraso na semeadura da soja. As lavouras cultivadas em meados de setembro já estão entrando em fase reprodutiva da planta (após floração). A partir dessa fase, aumenta a probabilidade de ocorrência da doença, por isso há a necessidade de monitoramento constante destas aéreas. O produtor deve estar atento para fazer o controle químico da doença no momento correto, evitando prejuízos econômicos e a disseminação da doença, enfatiza a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja.
De acordo com a Fundação MS, esta é a terceira safra em que a ferrugem aparece primeiro em Aral Moreira (MS) município onde tradicionalmente ocorre o início da semeadura da soja no Estado (a partir de primeiro de outubro). Atualmente, cerca de 10% das lavouras estão em fase reprodutiva (R1 a R3). A região é bastante próxima ao Paraguai, provável fonte de disseminação do inóculo da ferrugem para o Mato Grosso do Sul. Além disso, tem maior altitude em comparação com outras partes do Estado e consequentemente as noites contam com temperaturas mais amenas, favoráveis ao desenvolvimento da ferrugem, explica Ricardo Barros, agrônomo da Fundação MS.
Segundo informações do professor da Fesurv, Luis Herique Carregal, na lavoura de Rio Verde, onde foi identificado o primeiro foco de ferrugem em Goiás, o produtor já havia feito aplicação de fungicida três dias antes do aparecimento da doença. Levantamento da Fesurv aponta que cerca de 35% das lavouras próximas a Rio Verde já estão em floração. De acordo com a pesquisadora Cláudia Godoy, as condições climáticas no inverno propiciaram a sobrevivência de plantas voluntárias e do fungo causador da ferrugem, o que pode estar favorecendo o aparecimento precoce da doença já nas primeiras lavouras em florescimento.