O coordenador do estudo, José Luis Ascheri, explicou que a soja tem componentes protéicos que o milho não tem. Quase todos os cereais são deficientes em aminoácidos essenciais à nutrição humana, como lisina e tripofano.
Ascheri revelou que essa mistura de soja e milho gera um alimento de alto valor nutricional, capaz de oferecer à população cerca de 18% de proteína, 7% de lipídios e 71% de carboidratos. Depois de passar por uma máquina, que Ascheri chama de processo de extrusão (expulsão), a combinação de soja e milho é convertida em uma farinha de acesso fácil para o consumidor.
Com a mistura dá para preparar produtos culinários típicos do país, “dependendo da criatividade da cozinheira”, como a polenta e o cuscuz, salientou Ascheri. Serve, inclusive, como reforço alimentar no café da manhã de empresas e na merenda escolar, “introduzindo uma dieta mais balanceada do que o milho puro”. A idéia, frisou o pesquisador da Embrapa, é que esse alimento possa ser utilizado “principalmente na alimentação institucional, em escolas, hospitais e até presídios”.
Os técnicos da empresa estão fornecendo todas as informações aos governos municipais e estaduais que se interessem pelo novo alimento. O custo da nova farinha é de R$ 0,50 o quilo, sem embalagem. Ela tem ainda a vantagem de poder ser estocada por até um ano em condições adequadas, que incluem ambiente arejado e fresco, recipiente fechado, sem contato com luz forte e calor.