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Embrapa: programa pode tornar lentilha alternativa de plantio no inverno

Empresa está desenvolvendo programa de melhoramento genético de variedade adaptada ao Centro-Sul e ao Cerrado

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Hortaliças), com sede em Brasília (DF), está desenvolvendo um programa de melhoramento genético de lentilhas adaptadas ao Centro-Sul e ao Cerrado, para oferecer aos agricultores uma alternativa de plantio no período seco de inverno. Atualmente, o Brasil é importador do grão, com cerca de 13,5 mil toneladas anuais.

Conforme comunicado da Embrapa Hortaliças, o programa também contempla o desenvolvimento de novas cultivares para atender determinados nichos, que procuram produtos diferenciados, como as lentilhas alaranjadas ou mais escuras, geralmente de menor tamanho que as encontradas no mercado brasileiro.

lentilha
Foto: Pixabay

A novidade entre as linhas de pesquisa é o melhoramento genético preventivo. A ideia é desenvolver e oferecer aos produtores variedades resistentes a pragas agrícolas de importância quarentenária antes que ingressem no Brasil, como a murcha de fusário, causada pelo patógeno Fusarium oxysporum f.sp. lentis, uma das principais doenças fúngicas da cultura.

O pesquisador e chefe-geral da Embrapa Hortaliças, Warley Nascimento, que coordena o programa de melhoramento genético de leguminosas (ervilha, lentilha e grão-de-bico), informa que se trata de uma doença ainda não registrada no Brasil, mas amplamente difundida no mundo e presente em países vizinhos, como Argentina e Uruguai.

Na avaliação de Nascimento, além de consolidar o mercado interno oferecendo alternativas aos agricultores, o cultivo da lentilha pode tornar o país exportador do grão para a Ásia, importante mercado.

“A agricultura brasileira tem em mãos um grande potencial para atender o mercado interno da lentilha – praticamente abastecido por meio de importações, principalmente do Canadá (cerca de 90% do volume importado) – e a comercialização do excedente para exportação, o que representa uma valiosa contribuição do setor produtivo ao equilíbrio da balança comercial”, informa o pesquisador.

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