Embrapa quer levar cultivo de milheto ao Sul do país

Principal função da planta é manter boas condições do solo no intervalo entre as colheitasEm breve, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná vão contar com uma alternativa para a cobertura de solo: o milheto. A planta é uma solução barata para manter a área em bom estado durante a rotação de culturas. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) trabalha para desenvolver sementes compatíveis com o clima do Sul do país.

Apesar de o nome e a aparência lembrarem o milho, a planta não serve para a alimentação humana. A principal função é manter as boas condições do solo no intervalo entre as colheitas. Ele é uma espécie de cobertor para as lavouras, protegendo dos efeitos climáticos, como as altas temperaturas e o excesso de chuvas. Além disso, se adapta bem a qualquer tipo de solo e também serve como ração animal.

O produtor rural Helio Dal Bello não cansa de enumerar os ganhos. Produtor de milho, feijão e soja, ele cultiva 400 hectares de milheto por ano.

– O primeiro ponto é a erosão. Onde tem milheto não vai haver erosão. Segundo ponto, eu mantenho as condições ideais de temperatura do solo. Normalmente, não custa nem R$ 1 o quilo, com custo entre R$ 30 e R$ 50 com a aplicação. Isso é barato. É uma maravilha, porque ele reduz a quantidade de nematóides que tem no solo – explica Dal Bello.

O nematóide é uma doença que fura a raiz e cria uma lesão, permitindo a entrada de fungos.

– A gente dá ênfase para fazer rotação com as leguminosas soja e feijão. Por se tratar de uma gramínea, então ela quebra os ciclos das doenças que vêm nas lavouras de leguminosa – diz o analista Rogério Teixeira Novaes, da Embrapa Transferência Tecnológica.

– Eu até acho que é um salvador da pátria, ele é muito bom. Recomendo, uso, é muito bom – completa Helio Dal Bello.

A semente BRS1501 pode ser adquirida por menos de R$ 1 o quilo em algumas unidades da Embrapa.