As carcaças destes animais se decompondo ao relento facilitam a transmissão de doenças, afetando outros animais e, até mesmo, o homem. Enterrar as carcaças também traz riscos. O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcelo Otenio, diz que a decomposição dos animais gera chorume e o resultado pode ser a contaminação do lençol freático, rios e lagos.
Segundo ele, a compostagem é a proposta ambientalmente correta para o destino dos animais mortos. Trata-se de processo controlado de decomposição de animais. As carcaças são depositadas sobre matéria vegetal (folhas de árvores, galhos, restos de silagem e serragem, picados em tamanho máximo de 2 cm) e esterco seco.
De acordo com Otenio, em um mês um bovino é totalmente decomposto, sem produzir chorume ou mau cheiro, podendo restar apenas alguns ossos mais resistentes. O material resultante da compostagem pode ser usado como adubo.
? A Embrapa Gado de Leite pretende iniciar uma pesquisa para verificar a qualidade deste adubo e as condições seguras para que ele possa ser utilizado na fazenda ? afirma o especialista.
O Brasil já desenvolve cotidianamente a compostagem de pequenos animais, como suínos e aves. A expectativa da Embrapa Gado de Leite e da Embrapa Caprinos e Ovinos é que a técnica conquiste o produtor. Otenio diz que o processo não demanda tanta mão-de-obra e nem interfere de forma significativa nos custos de produção, além de o retorno ser positivo para o meio ambiente.
Os trabalhos de compostagem desenvolvidos fazem parte do Projeto de Gestão Ambiental da Embrapa. Os pesquisadores que estão à frente das ações foram capacitados na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Na Embrapa Gado de Leite a compostagem é realizada no Campo Experimental de Santa Mônica, em Valença (RJ).