>>Pesquisa da Embrapa busca soluções para combater Helicoverpa armigera
A Embrapa também identificou trabalhos desenvolvidos no exterior, em fase de aperfeiçoamento, necessários para conhecer melhor o comportamento e a dinâmica da praga no ambiente brasileiro e até oferecer futuras opções para ampliar a disponibilidade de alternativas para o controle do inseto, com menor impacto ambiental. Entre os trabalhos já desenvolvidos, a Embrapa Meio Ambiente disponibilizou, em junho, resultados de trabalhos do Laboratório de Quarentena “Costa Lima” (LQC), o único no Brasil credenciado pelo Mapa para introduzir inimigos naturais e outros benéficos para o controle de pragas e outros fins científicos.
De acordo com a avaliação da equipe do LQC, as estratégias de manejo integrado de controle do inseto também devem estar fundamentadas em estudos prospectivos de estimativas das durações das fases imaturas de desenvolvimento da helicoverpa em localidades brasileiras, considerando o período de safra do cultivo atacado. É necessário determinar a provável quantidade de gerações da praga por ciclo das plantas hospedeiras preferenciais, bem como os períodos mais favoráveis à maior disponibilidade de ovos, lagartas, pupas (estas últimas enterradas no solo) e de mariposas (fase adulta), fundamentando a identificação da melhor estratégia de controle para cada fase de desenvolvimento do inseto.
– Dados disponibilizados para acesso público por instituições de pesquisa e de assistência técnica do Estado de São Paulo possibilitaram ao LQC ranquear os maiores produtores de milho, algodão, tomate, feijão e soja, como também identificar condições climáticas desses municípios – disse a pesquisadora da equipe da Embrapa Meio Ambiente, Maria Conceição Pessoa.
Entre os dez maiores produtores de cada cultivo, a pesquisadora Jeanne Marinho Prado, também da equipe do LQC, informa que foram identificados municípios com maior produção e número de cultivos hospedeiros principais do inseto, muitos dos quais com esses plantios durante a maior parte do ano em função dos seus diferentes períodos.
Áreas ao norte e a sudoeste de São Paulo concentram municípios com pelo menos quatro cultivos hospedeiros preferenciais, motivo pelo qual o trabalho do LQC priorizou estimar gerações de helicoverpa nessas áreas.
Na área sudoeste do Estado, Itapeva foi identificada como grande produtor de milho, tomate, algodão, soja e feijão. Maria Conceição explica que as características climáticas e de períodos de plantios dos cultivos foram utilizados para simular o potencial desenvolvimento da praga em soja, feijão, tomate, milho e algodão na região sudoeste do Estado, considerando as necessidades térmicas das diferentes fases do ciclo de desenvolvimento da praga já realizado pela equipe.
O mesmo método possibilitou identificar outra área de produção expressiva de soja ao norte do Estado, localizada na região de Barretos, pertencente a um dos grandes polos agroindustriais do estado, bem como outras áreas produtoras de cultivos hospedeiros preferenciais da praga, tais como aquelas pertencentes à regional de Orlândia.
– Outras potenciais contribuições do LQC seriam a busca exploratória na fauna nativa brasileira (bioprospecção) ou introdução de insetos ou microrganismos exóticos para pesquisa de potenciais bioagentes de controle, visando subsidiar ações para planos de manejo integrado do inseto – salienta o pesquisador Luiz Alexandre de Sá.
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