A semente BRS 8890RR apresenta produtividade similar às cultivares mais plantadas na região indicada. A cultivar tem ciclo precoce, de 110 dias, o que é uma demanda dos produtores que planejam realizar a segunda safra de milho. A pesquisadora Mônica Zavaglia Pereira, da Embrapa Soja, afirma que essa cultivar agrega também outra característica importante para a região Norte e Nordeste que é a resistência ao nematoide de cisto (Heterodera glycines).
• Produção recorde pressiona queda semanal de 2,4%
O outro lançamento da parceria é a BRS 8590, uma cultivar de tipo de crescimento indeterminado, que tem excelente potencial produtivo, aliado à precocidade e à estabilidade de produção. Segundo ela, como a BRS 8590 tem tipo de crescimento indeterminado, a cultivar continua seu desenvolvimento mesmo após o início de seu florescimento, característica que a torna mais estável em situação de adversidade climática.
Outro ponto forte da BRS 8590 é a boa sanidade, com destaque para a moderada resistência ao nematoide de galha (Meloidogyne javanica), um problema que vem crescendo na região. As perdas variam de acordo com o nível de infestação de nematoides no solo, conforme a distribuição de chuvas e também com o nível de suscetibilidade da cultivar utilizada pelo agricultor. A Embrapa estima que entre 5 e 10% da produção anual da soja brasileira é perdida pela ação dos nematoides.
O nematoide de cisto tem 11 raças presentes no Brasil. Segundo o pesquisador da Embrapa Soja Waldir Pereira, o patógeno penetra nas raízes e dificulta a absorção de água e nutrientes, reduzindo o tamanho da planta e o número de vagens.
– Os nematoides podem sobreviver no solo por mais de oito anos, por isso, é difícil sua erradicação. Dessa forma, o uso de cultivares de soja resistente é uma importante estratégia de manejo do problema – explica.