Construções e alguns equipamentos da Fazenda Santa Terezinha foram restaurados e vão ajudar a explicar porque Londrina foi a capital mundial do café, nas décadas de 40 e 50 do século passado. Do terreirão, o café ia para a tulha, onde era classificado. A construção é de peroba, madeira nobre, atualmente em extinção.
A Embrapa transformou o espaço em museu. Já estão expostos alguns utensílios usados na “lida” com o café, totalmente manual naquela época, como a moagem e a torrefação. Da classificação, no andar superior, o café descia por vãos e chegava ao subsolo da tulha por dutos de madeira. De lá ia para o beneficiamento. Além do resgate histórico, outro objetivo do espaço é promover a conscientização ambiental junto à comunidade.
? Nós trabalhamos em uma área de desenvolvimento de tecnologias para a agricultura, a gente tem uma responsabilidade muito grande com a questão ambiental e aqui a gente vai poder colocar essas questões, associar e botar na pauta a responsabilidade que nós temos com isso ? disse a coordenadora do projeto, Vânia Castiglioni.
A represa tem peixes, e o visitante pode conhecer a mata através de trilhas. Alunos de uma escola municipal plantaram mudas de árvores frutíferas e nativas. O espaço pode atender inclusive a parte prática das disciplinas de gestão ambiental, incluídas no currículo das escolas públicas. Vinte e cinco monitores foram treinados para atender alunos, do ensino fundamental ao universitário, além de a população interessada na história do café na região e em preservação ambiental.
Na nova área educativa, o presidente da Embrapa Soja, Alexandre Catelan, espera realizar uma ação que muita gente acredita ser difícil.
? Conciliar essa questão da produção agrícola com a questão da preservação ambiental. Sob o nosso ponto de vista é perfeitamente possível desde que se tome algumas medidas, porque não é que o produtor agrícola seja contra a preservação ambiental, nós precisamos viabilizar ele economicamente para que ele possa fazer essa preservação ? explicou Catelan.