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Embrapa Solos avalia a aptidão agrícola das terras da região Matopiba

Governo pediu o estudo dos solos para observar as limitações e os possíveis investimentos na nova fronteira agrícolaMatopiba é um termo novo, que denomina a região que reúne áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A área, com cerca de 70 milhões de hectares, representa importante fronteira para a expansão da produção agropecuária. Lá já se produzem 10% de soja e 15% do milho no Brasil. Também existem condições básicas para que o Matopiba seja uma boa alternativa para a expansão da produção de aves e suínos.

Em função das limitações do ambiente (fertilidade baixa, temperaturas elevadas e muitas áreas degradadas) a agropecuária na região vai depender de grande aporte de investimentos e tecnologias para se tornar economicamente viável.

• Monitorar a fertilidade do solo pode reduzir custo de produção

Pensando nisso, o governo federal já acionou a Embrapa para estudar a região. A Embrapa Solos (Rio de Janeiro) terá como principal atividade a avaliação da aptidão agrícola das terras na escala de 1:1.000.000.

– Também reuniremos informações sobre os solos em escalas que variarão entre 1:250.000 e 1:1.000.000. Vale ressaltar a elevada vulnerabilidade à degradação dos solos de textura leve (de classe textural areia, areia franca ou francoarenosa), muito frequentes na área do Matopiba. O solo mais utilizado para a produção agrícola tecnificada nesta região é o Latossolo, que em amplas áreas tem menos de 20% de argila nos primeiros 50 cm a partir da superfície. São também muito frequentes os Neossolos Quartzarênicos (de textura areia ou areia franca até, no mínimo, a profundidade de 150 cm a partir da superfície do solo) e, principalmente nos estados do Maranhão e do Tocantins, os Plintossolos (que apresentam restrições de drenagem e/ou presença de elevada quantidade de cascalhos e pedregosidade) – diz o pesquisador da Embrapa Solos José Francisco Lumbreras.

A Embrapa Solos também se propõe a participar em outras iniciativas nesses primeiros estudos do Matopiba, tais como a elaboração do zoneamento agrícola de risco climático, a definição de oportunidades e prioridades para o avanço do conhecimento e desenvolvimento tecnológico, assim como na elaboração das diretrizes estratégicas de atuação da Embrapa na região.

A ideia é que tais atividades estejam encerradas até agosto de 2015 a fim de apoiar as melhores alternativas de produção sustentável. Adicionalmente, acredita-se que programas governamentais de incentivo à irrigação poderão viabilizar duas ou três safras por ano.

– É o momento perfeito para garantir o desenvolvimento com equidade em que todos ganhem com o progresso da região. Governantes, pesquisadores e agricultores estão juntos no desafio. É o começo de uma transformação benéfica em um ambiente historicamente carente e sofrido. Ainda vamos ouvir falar muito, e bem, do Matopiba. Guarde esse nome- completa o presidente da Embrapa, Maurício Lopes.

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