Após um ano marcado por várias emissões, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio, ou CRAs, devem continuar fortes em 2017, segundo relatório da S&P Global Ratings. A emissão de CRAs, um instrumento de securitização relativamente novo, totalizou R$ 12,6 bilhões em 2016, de R$ 3,9 bilhões em 2015.
Segundo a agência de classificação de risco, esse salto foi possibilitado principalmente por emissores corporativos tradicionais e ligados de alguma forma ao agronegócio, que encontraram nos CRAs custos de financiamento mais baixos do que nos empréstimos bancários ou na emissão tradicional de dívida.
“Acreditamos que essa tendência vai continuar em 2017, dependendo de condições favoráveis de mercado para emissões domésticas e de sua atratividade para investidores”, disse a S&P Global Ratings.
Embora os CRAs tenham sido desenvolvidos em 2007, não vinham chamando atenção até 2015.
“O custo para companhias brasileiras fazerem emissões em mercados internacionais aumentou, principalmente por causa de taxas de juro crescentes e da complexa situação econômica e política do Brasil”, disse o analista Hebbertt Soares, da S&P Global Ratings. “Nesse contexto, emissores passaram a focar os mercados de capitais domésticos. Como CRAs são isentos de impostos de renda para investidores pessoa física, esses emissores voltaram sua atenção para esse grupo de investidores. Em alguns casos, conseguiram emitir a uma taxa abaixo da de referência.”
Investidores institucionais não costumam ser atraídos por CRAs, por causa de seu retorno relativamente baixo. Logo, o tamanho do mercado pode ser um limitador para o desenvolvimento desses instrumentos, disse a S&P. No entanto, a agência não espera que isso aconteça no futuro próximo.