Emprego em açúcar e álcool sobe 2,48% até julho em São Paulo, aponta Fiesp

Esse ritmo, contudo, já começou a se arrefecer, o que é considerado normal para o segundo semestreA indústria paulista de álcool e açúcar respondeu por quase metade dos 120 mil novos postos de trabalho gerados pela indústria da transformação no acumulado de janeiro a julho. A informação é do diretor titular adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Walter Sacca.

Enquanto o nível total de emprego da indústria cresceu 4,64% no ano, o setor de álcool e açúcar avançou 2,48%, ao gerar 55.766 empregos no período. Esse ritmo, contudo, já começou a se arrefecer, o que é considerado normal pelo diretor da Fiesp, dado que, segundo ele, todos os anos o setor de álcool e açúcar, “que faz rir no primeiro semestre”, é o mesmo “que faz chorar no segundo”.

Em julho, na comparação com junho, o nível de emprego na indústria sucroalcooleira caiu 0,05%, com a dispensa de 1.506 trabalhadores. As demissões ficaram concentradas entre os trabalhadores utilizados no corte da cana-de-açúcar.

? Esses trabalhadores, apesar de serem cortadores de cana, são contratados pela indústria e, por isso, não são enquadrados na agricultura ? lembra Sacca.

De acordo com ele, esse ano deverá encerrar com crescimento do nível total de emprego de 2,7%. O diretor titular da Fiesp avaliou que, diante do atual momento econômico, é um bom crescimento, mas quando comparado com 2010, quando se registrou uma expansão de 4,7% na taxa total de emprego na indústria paulista, trata-se de uma desaceleração.

A projeção da Fiesp é de que, até dezembro, os 120 mil empregos acumulados de janeiro a julho deverão ser reduzidos para 75 mil a 80 mil empregos. Até 2014, quando, por força de lei, não poderão mais ser promovidas queimadas nos canaviais ? processo que facilita o corte manual da cana ?, o emprego na indústria deverá cair entre 3% e 4%.

? Com o fim das queimadas, a tendência é de que o corte da cana seja ainda mais mecanizada do que já é hoje ? disse Sacca.

O diretor da Fiesp se recusou a responder em quanto o recrudescimento da crise economia mundial poderá impactar no nível de emprego da indústria. Ele apenas se limitou a dizer que se o PIB crescer menos do que os 3,5% a 3,7% previstos, neste ano, o nível de emprego também deverá ser reduzido numa intensidade ainda mais forte do que a queda da economia.