Empresários de Brasil e China discutem investimentos em infraestrutura

Acordos entre os dois governos devem ser anunciados nesta quinta, dia 17Empresário do Brasil e da China reuniram-se nesta quarta, dia 16, em Brasília, para discutir as relações comerciais entre os dois países. Mais de 200 empresários chineses participaram do evento. Eles conheceram, principalmente, as oportunidades de investimento em infraestrutura e logística no Brasil, como a construção de ferrovias para o escoamento da safra.

De acordo com último balanço da Confederação Nacional do Transporte (CNT), a necessidade atual do país é de 23 mil quilômetros de malha ferroviária. Para o diretor de desenvolvimento industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Abijaodi, o Brasil não tem condições de suprir esse déficit de infraestrutura sozinho.

– A solução é encontrar parceiros e investidores. A China tem muita experiência com ferrovias e portos e podemos aproveitar isso. Esses investimentos reduzem custos e podem trazer benefícios para ambos, porque eles são grandes importadores de nossas commodities – aponta  Abijaodi.

Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), solucionar os gargalos de logística e fundamental para que o agronegócio brasileiro continue competitivo.

– Resolvendo esse gargalo, a gente aumenta nossa competividade e pode atingir maior desenvolvimento. Eles têm recursos para aplicar e têm know how. Nesse momento para nós é parceria para investimento, principalmente em infraestrutura e logística – diz o vice-presidente da CNA, Eduardo Riedel.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2013, os negócios entre os dois países alcançaram o recorde de US$ 83 bilhões, e 23% das exportações do agronegócio brasileiras vão para o país asiático. A expectativa é de crescimento, com a aprovação de venda de carne bovina para os chineses, que ainda está sendo negociada.

– O mercado chinês vai demandar um volume muito grande de alimentos nos próximos 15 a 20 anos. A previsão é de 350 milhões de pessoas indo para as cidades, melhorando sua renda e mudando os hábito de consumo, passando a consumir para mais proteína animal. O Brasil pode atender a essa demanda, só precisamos estar mais competitivos – analisa Riedel.

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Acordos comerciais

A presidente Dilma Rousseff e o presidente da China, Xi Jinping, devem anunciar, nesta quinta, dia 17, a ampliação das relações comerciais envolvendo os setores de carnes.  Representantes do setor produtivo brasileiro se reuniram com técnicos dos dois países, no Ministério da Agricultura e fizeram os pedidos. Um deles é para que a China abra o mercado para a carne bovina produzida no Brasil.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também solicita a redução no preço da taxa de entrada de carnes na China. Xangai cobra 25% e há uma expectativa de que amanhã seja anunciada a redução para 10%. Outro pleito que deverá ser atendido é a habilitação de mais oito frigoríficos, sendo sete abatedouros de aves e uma planta de suínos. Atualmente, 29 plantas de aves e seis de suínos estão habilitadas.

O setor também quer que o mercado chinês amplie as compras de carne suína brasileira. A abertura do comércio foi feita há três anos, mas, na prática, os chineses compram muito pouco do Brasil. Nos primeiros seis meses deste ano, foram vendidas apenas 620 toneladas. Os anúncios serão feitos pela manhã, no Palácio do Planalto.

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