Para alguns deles, a iniciativa funcionará como estímulo, enquanto outros afirmam que não haverá um impacto expressivo no mercado nacional, porque vários dos produtos já sofrem com as taxas elevadas.
? O impacto é muito pequeno, porque hoje importa-se pouco dos Estados Unidos nos setores que deverão ser sobretaxados ? afirmou o vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Batista Lohn, que integra uma missão de empresários ao sul da África, organizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Para o empresário gaúcho Luís Cusin, da rede de spas Kurotel, a decisão do governo brasileiro inicialmente surtirá efeitos positivos em sua área de atuação.
? Em um primeiro momento será positivo. Não vejo problema algum e acredito que abrirá mais espaço para os produtos nacionais ? disse ele, que também participa da missão ao sul da África.
Nesta segunda, dia 9, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) publicou a lista de produtos importados dos Estados Unidos. O objetivo é sobretaxar 222 produtos em retaliação aos subsídios pagos pelo governo norte-americano à produção local de algodão. A ideia é incluir tecidos, eletrodomésticos, veículos, materiais hospitalares, frutas, peixes, complementos alimentares, cosméticos e algodão penteado, entre outros produtos.
A empresária Bianca Stumpf Linck, da Brastex, que produz panos de chão e algodão farmacêutico, elogiou a decisão do governo brasileiro.
? Acredito que isso incentiva a fabricação dos produtos nacionais. A princípio, funcionará como estímulo na minha área, que é de têxteis e algodão ? afirmou Bianca.
Segundo especialistas brasileiros, os norte-americanos descumpriram as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em agosto, a organização autorizou o Brasil a aplicar sanções aos Estados Unidos em resposta à recusa norte-americana em eliminar os subsídios ao algodão.