No acumulado do ano, os supermercados faturaram cerca de R$ 150 bilhões. Mas se no ano passado conseguiram fechar o ano com um dos melhores faturamentos da última década, o mesmo não se pode esperar para 2009. A Abras prevê um crescimento de apenas 2,5% para este ano, bem abaixo dos quase 9% obtidos em 2008.
Segundo o presidente da entidade, como final de ano é uma época de maior consumo, os efeitos da crise financeira só serão sentidos efetivamente no setor a partir deste mês. A expectativa é que o desemprego e a queda no poder de compra resultem em diminuição de consumo, inclusive de alimentos.
? Haverá uma queda grande na massa salarial e também redução no crediário, o que vai causar a queda no consumo ? diz Sussumu Honda.
O especialista em agronegócio Fabio Mizumoto acredita que a queda nas vendas deve acontecer a partir de abril.
? Como há a questão do seguro desemprego, que ainda vai durar até março e abril, até lá as pessoas ainda vão consumir ? estima.
No último mês a cesta de 35 produtos de maior consumo, calculada pela Abras, fechou em R$ 260,68, um aumento de 6,5% na comparação com dezembro de 2007 e de 0,2% em relação a novembro de 2008. Os preços do tomate, da cebola e da batata foram os produtos que mais subiram, devido à quebra de produção causada por fatores climáticos. Já o feijão, o óleo de soja e a carne de segunda tiveram as maiores quedas, ocasionadas pela superoferta no mercado interno, resultado da dificuldade das exportações com a falta de crédito. Para este ano, a estimativa da Abras é que a redução no consumo faça com que os preços dos alimentos se estabilizem.