A adição de sabor, segundo os produtores, é a única forma de compensar a perda de qualidade do fumo do tipo Burley durante o processo de produção. Para a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), a proibição prejudicará a cadeia do tabaco, em especial as exportações. A entidade defende o adiamento do debate para a COP 5, que será realizada em 2012.
? O Brasil tem de pedir o adiamento (da votação). Se outros países decidirem pela restrição ao Burley, seremos afetados porque 87% da nossa produção é exportada ? diz o presidente da Afubra, Benício Werner.
Signatário da Convenção Quadro, o Brasil deve defender no encontro, que se estende até sábado em Punta Del Este (Uruguai), a regulamentação dos artigos 9 e 10 do tratado, que proíbem a adição de sabor e aroma ao cigarro. O Itamaraty não confirmou a decisão e assegurou que a delegação brasileira vai defender os interesses do país.
? Se for aprovado, essas 50 mil famílias perderão sua fonte de renda. Há cinco anos são pesquisadas alternativas e ainda não se encontrou uma cultura que compense o Burley ? explica Romeu Schneider, presidente da Câmara Setorial do Tabaco no Ministério da Agricultura.
Fonte de renda para 223 mil pessoas no país, o cultivo do Burley corresponde a 25% da produção anual brasileira, de cerca de 28,7 mil toneladas, e movimenta R$ 1,12 bilhão ao ano.