Os desafios e as oportunidades para o agronegócio brasileiro diante das exigências do mercado global foram debatidos na terceira edição do Fórum Planeta Campo, promovido pelo Canal Rural em São Paulo.
Autoridades e lideranças do setor estiveram reunidas para discutir os temas que devem pautar os negócios nas atividades agropecuárias no futuro.
Foram diversos temas relevantes discutidos por mais de 30 painelistas durante o evento. O Fórum Planeta Campo oferece uma oportunidade para refletir sobre o papel do agro brasileiro no mundo e da produção sustentável, sendo sinônimo de qualidade e competitividade no mercado global.
“Eventos como esse são extremamente importantes para que possamos debater com o produtor, a cadeia produtiva, a empresa que está aqui, o fornecedor e os formadores de opinião, principalmente com as autoridades que estiveram presentes, para que possamos debater o futuro do nosso agro”, diz o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR).
Além do presidente da FPA, o Fórum contou com a presença do secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, e do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que participou virtualmente do evento.
Fávaro antecipou o lançamento do Plano Nacional para Recuperação e Renovação de Pastagens.
“Antes da COP28, ainda, vamos lançar oficialmente o programa de recuperação de páginas degradadas, um programa sustentável de baixa emissão de carbono, de sequestro de carbono, de produção eficiente, como é feito por todos os produtores brasileiros”, afirma Fávaro.
O desenvolvimento sustentável é aquele que garante as necessidades da geração atual e, ao mesmo tempo, não esgota os recursos para as gerações futuras. Para os especialistas presentes na terceira edição do Fórum Planeta Campo, o Brasil já tem todas as condições de avançar rumo a essa agenda, e o agronegócio tem papel central nesse processo.
“Temos muita inovação tecnológica no agronegócio, muita experiência ambiental de preservação que devemos compartilhar com os demais países e transformar essa narrativa que hoje está tão consolidada, que sabemos ser uma discussão geopolítica e econômica que visa enfraquecer o Brasil mundialmente. No entanto, sabemos que temos muito a ensinar, e já somos agentes de transformação”, diz Renata Miranda, secretária de Inovação do Ministério da Agricultura.
Um exemplo do esforço brasileiro para estar alinhado com as exigências globais quanto à produção em equilíbrio com o meio ambiente é a regulamentação do mercado de carbono, projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional que pode beneficiar o setor do agro.
“Queremos nos organizar internamente, na Embrapa, com os maiores especialistas, para definir o que podemos fazer para tropicalizar e trazer essas métricas, criar um modelo de governança com o Ministério da Agricultura e o setor produtivo, que subsidie uma política pública e nos permita entrar na mesa de negociação para negociar esse mercado de carbono, independentemente de ser voluntário ou regulado”, afirma a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.
E para cumprir o papel de protagonista rumo ao desenvolvimento sustentável, um dos principais desafios do agro brasileiro é melhorar o diálogo com o público urbano e a imagem do segmento no exterior.
“Quando a sociedade começa a ver esse movimento, começa a entender que o produtor rural brasileiro é o grande parceiro do meio ambiente e não o vilão, como muitas vezes aparece em narrativas. Esses espaços de debate e discussão mostram a transparência desse setor e a vontade e o compromisso que o setor tem com o desenvolvimento socioambiental”, afirma Julio Cargnino, presidente do Canal Rural.